São maioritariamente mulheres de nacionalidade portuguesa que sofrem violência doméstica, durante 2 a 3 anos, por parte do seu cônjuge.
E se lhe disséssemos que, em 2022, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) atendeu uma média de 40 vítimas por dia? No final do ano foram 83.322 atendimentos, sendo que cerca de 1.356 eram crianças e jovens vítimas de crimes sexuais. Estes dados, presentes norelatório estatístico anual da APAV, dizem-nos ainda de onde são estas pessoas, quanto tempo sofrem e de que formas.
Os números são surpreendentes. Por ano, a APAV recebe 8.122 mulheres adultas, 1.547 homens adultos, 1.528 pessoas idosas e 2.595 crianças e jovens, no entanto, apenas metade (49,2%) das vítimas faz queixa ou denúncia. Os casos que chegaram à APAV durante o ano passado levaram à abertura de 13.144 novos processos de apoio. Assim, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, trabalhou com um total de 16.824 processos de apoio, o que corresponde a um aumento de 7,7% no número de processos face a 2021.
Entre 2020 e 2022, registou-se um aumento de 25,5% no número de atendimentos que foram efetuados pelos Serviços de Proximidade da APAV.
Em termos de nacionalidade, a predominância é da portuguesa (76,7%). Que se distribui da seguinte forma: Lisboa 5,5%, Braga 4,6%, Faro 3,9%, Loulé 3,1%, Porto 3,1% e Sintra 2,6%. Em alguns municípios, o número de vítimas apoiadas duplicou, triplicou e quadruplicou face a 2021. Esses são os casos dos municípios de Albufeira (em 2021: n=168; em 2022: n=353), Cadaval (em 2021: n=12; em 2022: n=28), Estremoz (em 2021: n=6; em 2022: n=12).
Para denunciar os abusos, o tipo de contacto que mais se destacou durante o ano civil de 2022 foi o telefónico (57%), no entanto, foram feitos também 300 contactos via online. Pelo Facebook/Messenger foram 172 pessoas, ou seja, 57,3% dos contactos online e pelo Instagram 52, ou seja, 17,3%.
Mas será que foram as vítimas a procurar ajuda? Dos contactos efetuados para a APAV, foram realizados pela própria vítima 8.092 (47,8%). Já o total de contactos realizados por denunciantes (amigos/conhecidos, familiares, instituições e/ou outros) representaram 43,1% (n=7.291) dos registos.
Chegaram ainda ao conhecimento da APAV um total de 14.824 autores/as de crime e de outras formas de violência. A maioria é do sexo masculino (62%), mantendo-se, desta forma, a tendência de anos anteriores. Por norma, têm entre 25 e 54 anos e conhecem bem as vítimas com quem têm relações de intimidade. São cônjuges, companheiros, ex-companheiros, namorados. Outras vezes têm relações de consanguinidade, a vítima é filho/a do/a autor/a da violência ou pai/mãe do agressor. É por esta razão que os locais mais comuns de agressão são a residência e a via pública. E que 3,4% das pessoas sejam vítimas por mais de 30 anos.
Destes casos de violência, o homicídio consumado afeta 0,2%.
77,7% das vítimas são mulheres
A maioria das vítimas que procuraram apoio na APAV são do sexo feminino (n=11.410; 77,7%). Esta é também a tendência de anos anteriores. "Este número tem vindo a aumentar ao longo dos anos: em 2019 atingiu 80,5% (n=9.397); em 2020 os 74,9% (n=9.805); em 2021 os 77,9% (n=10.308); e em 2022 representaram 77,7% (n=11.410) das vítimas com que a APAV trabalhou", explica a associação de apoio.
Apesar de existir uma prevalência de vítimas femininas, as masculinas também têm vindo a aumentar. Em 2019 representavam 18,7% (n=2.180); em 20201 7,5% (n=2.293); em 2021 já atingiram os 19,7% (n=2.601); e em 2022 representavam 20,5% (n=3.013) das vítimas que a APAV apoiou.
Também o número de vítimas intersexo aumentou. Em 2019, representou 0,1% (n=12) dos registos. Já em 2022 representou 0,3%(n=39) dos casos.
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