Sábado – Pense por si

Pilinhas e pipis: um ensaio sobre o politicamente correto

Pedro Marta Santos
Pedro Marta Santos 24 de janeiro de 2019 às 07:00

Alguns versos de Álvaro de Campos foram censurados num manual da Porto Editora. Mas Eça de Queirós ou Chico Buarque passariam no crivo?

Não há boa ou má intolerância. Toda a intolerância é negativa e destruidora. Mas a arte e a moral são dimensões humanas diversas e, com frequência, opostas. Tirar uma obra de arte do seu contexto histórico e político-social é negar-lhe o direito integral à existência. É varrê-la para debaixo do tapete da má consciência contemporânea, reduzindo-a a um valor facial que ignora aquilo que faz dela a máxima manifestação humana: pensamento (por mais odioso que ele possa ser à luz da pós-modernidade); estética (por mais datada que ela hoje seja considerada); beleza (por mais marmóreos que o conceito e a sua perceção pública tenham sido durante séculos, e por mais difusos que eles sejam agora).

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“S” sentiu que aquele era o instante de glória que esperava. Subiu a uma carruagem, ergueu os braços em triunfo e, no segundo seguinte, o choque elétrico atravessou-lhe o corpo. Os camaradas de protesto, os mesmos que minutos antes gritavam palavras de ordem sobre solidariedade e justiça, recuaram. Uns fugiram, outros filmaram.

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