Sábado – Pense por si

Pai e madrasta de Sara Sharif considerados culpados do seu assassinato

A autópsia revelou que a criança de 10 anos tinha 71 ferimentos, incluindo queimaduras e marcas de mordidas humanas. Foi encontrada morta a 10 de agosto do ano passado, em Inglaterra.

O pai e a madrasta de Sara Sharif foram considerados culpados do seu assassinato. A menina, de 10 anos, foi encontrada morta em casa, na cidade de Woking, em Inglaterra, no dia 10 de agosto de 2023. A autópsia relata mais de 71 ferimentos, incluindo queimaduras, 11 fraturas na coluna e marcas de mordidas humanas. 

Surrey Police/Handout via Reuters

O julgamento aconteceu no Tribunal Central Criminal, no Reino Unido, e de acordo com o The Guardian, as declarações confirmaram que Sara foi torturada até à morte pelo pai, Urfan Sharif, que tem 43 anos.

O homem foi descrito como um "agressor controlador e violento" e considerado culpado do homicídio. O mesmo aconteceu a Beinash Batool, a madrasta de Sara. Faisal Malik, irmão de Beinash, foi considerado culpado de causar ou permitir a morte da menina.

Após ter matado Sara, Sharif fugiu para o Paquistão e mais tarde confessou o crime que tinha cometido às autoridades. Segundo a BBC News, terá deixado também um bilhete ao lado do corpo de Sara com a seguinte frase: "Quem quer que veja este bilhete, sou eu, o Urfan Sharif, que matei a minha filha a pauladas". Em tribunal, o homem negou ter encapuçado ou queimado a filha com um ferro. De acordo com o The GuardianBatool não chegou a prestar depoimento.

O procurador, William Emlyn Jones KC, informou os jurados de que a menina foi "brutalmente maltratada, abusada e violentamente agredida" durante vários anos. Sara vivia com o pai desde 2019, por decisão do tribunal de família de Guildford.

"Minha querida Sara, peço a Deus que, por favor, cuide da minha menina, ela foi levada muito cedo. Sara tinha lindos olhos castanhos e uma voz angelical. O sorriso de Sara podia iluminar o quarto mais escuro. Todos os que conheceram Sara conhecerão o seu caráter único, o seu lindo sorriso e o seu riso alto", disse a mãe de Sara, Olga Domin, numa homenagem feita em tribunal.

A leitura das sentenças foi adiada pelo juiz Justice Cavanagh para a próxima terça-feira, 17 de dezembro.

Editorial

Só sabemos que não sabemos

Esta ignorância velha e arrastada é o estado a que chegámos, mas agora encontrou um escape. É preciso que a concorrência comece a saber mais qualquer coisa, ou acabamos todos cidadãos perdidos num qualquer festival de hambúrgueres