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OPINIÃO: José Mário Branco, a morte do poeta da resistência

Eduardo Dâmaso
Eduardo Dâmaso 19 de novembro de 2019 às 12:09

A manhã despertou cinzenta e o poeta morreu. José Mário Branco, o músico, o produtor mas essencialmente um grande poeta, um grande escrevedor de canções, partiu e deixou-nos um pouco mais pobres.

A manhã despertou cinzenta e o poeta morreu. José Mário Branco, o músico, o produtor mas essencialmente um grande poeta, um grande escrevedor de canções, partiu e deixou-nos um pouco mais pobres. Toda a sua arte mas também toda a sua insubmissão, toda a sua inquietação, são ingredientes fundamentais para a compreensão de uma boa parte da nossa história contemporânea. Se alguma coisa José Mário Branco foi – e ele foi tantas coisas - , ou seja, se pode ser classificado, é como poeta de uma ideia originária de resistência. José Mário Branco resistiu a Salazar, resistiu às apropriações culturais e políticas da sua obra, resistiu à normalização do regime político, recusou comendas e prebendas, encontrou sempre um átomo de insatisfação social, ao lado dos mais fracos e desprotegidos, dos deserdados do alegado progresso.

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