A humanidade esgota hoje todos os recursos que o planeta é capaz de regenerar num ano - uma semana mais cedo do que no ano passado. “Há três atitudes que as pessoas podem tomar para reduzir a sobrecarga do planeta”, diz Francisco Ferreira, da associação ambiental ZERO.
A partir de hoje, estamos a usar recursos do planeta que habitamos que só deveríamos consumir no início de 2026. O défice ecológico está a acelerar. No ano passado, o Dia da Sobrecarga do Planeta, calculado segundo dados fornecidos pelas agências e organismos afiliados das Nações Unidas, foi calculado para 1 de agosto.
Getty Images
Este ano, o esgotamento dos recursos foi acelerado pela capacidade mais reduzida de sequestro do dióxido de carbono pelos oceanos, um processo natural resultado da fotossíntese do fitoplâncton, provocada pelo aquecimento global e poluição dos mares.
"Não aprendemos nada com a pandemia", diz à SÁBADO Francisco Ferreira, presidente da ZERO - Associação Sistema Terrestre Sustentável. "Nessa altura, usamos mais os recursos produzidos localmente, percebemos a importância da qualidade do ar e reduzimos a nossa pegada ecológica. Mas estamos a retomar a tendência de crescimento do aumento da pegada verificada até 2019", acrescenta.
Apesar da grandeza do problema, há gestos que cada um, individualmente, pode fazer para contribuir para a redução da sobrecarga e dar mais tempo à Terra para regenerar os recursos consumidos pela humanidade.
Pedro Catarino
Primeiro, o que coloca no prato. "Em Portugal consumimos demasiada proteína animal, em vez de proteína vegetal", diz Francisco Ferreira. Comer, sobretudo, menos carne reduziria a emissão de metano, um gás de efeito de estufa, produzido pelo gado bovino. Diminuiria a quantidade de fertilizantes usados na produção de ração animal, que em excesso contamina solos e água, e a poluição gerada pelas explorações agro-pecuárias.
Mas substituir algumas refeições de carne e peixe por leguminosas como feijão, grão e lentilhas, não seria apenas benéfico para o ambiente, seria um bálsamo para a saúde de cada. "Os benefícios são claros para a saúde", sublinha Francisco Ferreira.
Segundo, o uso do automóvel. Mais uma vez, a redução do uso de carro privado e a escolha por transporte público ou bicicleta é uma opção que tanto faz bem ao ambiente como à saúde. "É certo que há cidades que não facilitam, mas andar mais a pé ou de bicicleta em vez de automóvel tem consequências significativas na baixa da pegada ecológica", diz Francisco Ferreira.
Terceiro, fazer menos lixo. "Ainda antes da reciclagem, devemos começar a reduzir os resíduos que produzimos quando vamos às compras", diz o também investigador no Centro de Investigação em Ambiente e Sustentabilidade da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.
"Evitar o desperdício reduzindo o uso de embalagens e comprando produtos mais duradouros e mais eficientes - faz uma diferença enorme, tanto em termos de poupança como em termos ambientais", explica. E depois, claro, fazer a recolha de resíduos seletiva.
A regeneração do planeta passa também pela mudança de mentalidade e por uma economia do bem-estar, focada na partilha de serviços e de bens, e não numa economia de consumo. "Tendo as necessidades básicas asseguradas, não é tendo mais que se vive melhor", conclui Francisco Ferreira.
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