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O luto de um filho não se faz em cinco dias

Rita Pereira Carvalho
Rita Pereira Carvalho 02 de setembro de 2021 às 08:00

Mas é isso que está escrito na lei. Depois, só pode parar com férias, baixa ou a compreensão do seu empregador. Uma petição da Acreditar quer dar mais tempo aos pais – 20 dias.

Às quatro e meia da manhã, Rosalina Nunes escreveu uma mensagem: “Onde andas, meu menino?” Não esperava resposta, mas Fábio, o filho de 27 anos, disse que estava em casa, em Lisboa. Pouco tempo depois, ainda na madrugada daquele domingo, 21 de outubro de 2018, Fábio entrou no carro e conduziu com destino à aldeia de São Miguel, em Odeceixe. Além do hábito de ir muitas vezes à terra dos pais, costumava acordar demasiado cedo para fazer a viagem. E parava sempre nas bombas de gasolina para fumar um cigarro e beber um café. Ou quase sempre. A exceção foi naquele dia, em que não parou e acabou por perder a vida na estrada nacional 393, que liga Odemira a Odeceixe. Às 7h da manhã, o carro com que sempre sonhara, um Audi, ficou reduzido a pedaços depois de um violento embate com um camião.

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