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João Perry: “Vivi melhor sem paixões? Vivi. Senão não teria vivido”

Ana Taborda
Ana Taborda 10 de junho de 2017 às 13:00

Era o Perryzinho, filho do actor com o mesmo nome e apelido. Estreou-se aos 12 anos, viveu em Paris, Londres e Nova Iorque, roubou comprimidos para uma tentativa falhada de suicídio, “coisa de adolescentes”

O reino dele começou por ser o armazém de adereços, "satisfeitíssimo por poder deitar a mão a uma coisa que tinha visto em cena", por "deitar a mão à moldura". O teatro parecia -lhe, diz João Perry, entre gargalhadas – muitas, a entrevista toda – "uma estação de metro, sempre a entrar e a sair gente". Era o único miúdo por lá, "muito chato, sempre a fazer perguntas", a entrar nos camarins com pessoas em cuecas e a esconder coisas nos buracos do chão. A casa era sítio de poucos afectos – a mãe deu-lhe o primeiro beijo aos 18 anos – mas no teatro havia "beijocalhices" constantes. "Às vezes não queria, achava excessivo, não sou de chocalhar os outros para dizer que gosto deles." Fala com uma linguagem só dele, em que se vai ao concerto dos The Mamas & The Papas para "esculhambar", como se estivesse em cena. E está, até dia 12, com O Pai, no Teatro Aberto, em Lisboa.

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