Roberto Saviano vive desde 2006 sob protecção policial. Doze anos depois, compreende-se o seu desespero: ele, que foi um homem livre como jornalista e autor de Gomorra, é agora um homem duplamente prisioneiro sem o ser - prisioneiro da Camorra e prisioneiro do Estado, de quem também é crítico acutilante. Mesmo assim, não desarma. Ao criticar (e até insultar) o líder de extrema-direita Matteo Salvini, agora ministro do Interior, responsável governamental pela sua protecção policial, Saviano enfrenta um perigo adicional. Se há coragem em quem usa a pena em vez da espada, Saviano é um homem corajoso.

Gomorra: aqui o crime é normal

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