Juan Pablo Escobar escreveu a sua história num livro de banda desenhada.
Filho do maior narcotraficante da América Latina no final do século passado, Juan Pablo Escobar tinha uma ama chamada Guilhotina. Desde muito cedo habituou-se a ver armas e dinheiro, muito dinheiro pelos corredores de casa. Mas também recorda o modo como teve de viver enclausurado, guardado por 15 'sicários', ou não fosse o pai, Pablo Escobar, o traficante mais procurado na década de 80 e no princípio da de 90, cuja vida já foi inúmeras vezes retratada em filmes e documentários, depois de o Cartel de Medellín, que liderou, ter sido considerado responsável pela morte de 5 mil pessoas.
Juan Pablo já escreveu livros e ensaios sobre o pai, mas agora resolveu contar a sua história em banda desenhada, numa obra intitulada 'Escobar, una educación criminal', editado esta semana em Espanha. "Dedico-me a desmantelar o mito que existe entre aqueles que veem meu pai como uma pessoa bem-sucedida, especialmente os jovens", assegurou. "Eu consciencializo, a Netflix glorifica."
Viver no seio da família Escobar não era fácil. O que sobrava em notas de 100 dólares faltava em amigos, segurança e até em comida. "Muitos tentaram glorificar o meu pai, como se fosse uma história de sucesso, mas é exatamente o oposto. Eu era milionário, com milhões de dólares espalhados pelos corredores de casa, mas tinha de comer sopa rançosa todos os dias porque não tínhamos liberdade para sair e comprar nada."
Rodeado por guarda-costas, 'sicários' e amas, Juan Pablo reconhece que acabou por desenvolver uma relação de amizade com quem dele cuidava. "Não havia possibilidade de sonhar. A vida estava constantemente em risco. Desenvolvi uma relação muito profunda e intensa com meus cuidadores."
E um deles até já leu o livro. "Foi interessante ver a reação. Para o mundo ele está morto, mas a realidade é que ainda vive..."
Embora na capa do livro surja ao colo do pai, Juan Pablo garante que não quis centrar esta história no narcotraficante colombiano. "Esta é a minha história, não queria que ele fosse o protagonista. Viver com a fortuna de uma vida no crime não me fazia feliz. Não me enchia de orgulho e deixou-me marcas", admitiu o filho Escobar, que chegou a pedir desculpas às famílias das pessoas que perderam a vida às mãos do cartel liderado pelo pai.
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