Agência dos Direitos Fundamentais indica que a situação se deve em grande parte ao conflito no Médio Oriente e apela à firmeza da União Europeia e dos Estados-Membros no combate a este problema.
O povo judeu continua a ser alvo de elevados níveis de antissemitismo na União Europeia (UE). Segundo o últimoinquérito da Agência dos Direitos Fundamentais(FRA), a situação deve-se em grande parte ao conflito no Médio Oriente.
REUTERS/Ronen Zvulun
A pesquisa, para a qual contribuíram 8 mil judeus de 13 países da Europa, incluindo Espanha e França, indica que nos últimos anos a maioria dos inquiridos foi alvo de preconceitos antijudaicos, tendo-se numa "onda de antissemitismo".
Além de ter levado alguns judeus a restringirem, de forma severa, a forma como vivem no país, uma vez que 70% confessa esconder ocasionalmente a identidade judaica, trouxe também impactos negativos no bem-estar psicológico dos mesmos.
Os últimos dados da Agência dos Direitos Fundamentais, revelados na quinta-feira, 11 de julho, apontam que 96% dos judeus sofreram antissemitismo no ano passado, enquanto 80% diz sentir que a situação tem piorado no seu país nos últimos cinco anos. Segundo o documento, isto significa uma ligeira redução face a 2018 (88%).
No primeiro semestre de 2023, 84% dos inquiridos considerava que o antissemitismo era um problema "muito grande" ou "razoavelmente grande" no seu país. Tal como em 2018, perceberam que o cenário mais problemático que enfrentam é o "conteúdo antissemita na Internet e nas redes sociais" (91%). Seguem-se posteriormente outros problemas, como o "antissemitismo em espaços públicos" (78%), a "profanação de cemitérios judaicos", "vandalismo de edifícios judaicos ou instituições" e "antissemitismo nos meios de comunicação" (76%), o "graffitti antissemita (75%) e o "antissemitismo na vida política (73%).
A maioria dos inquiridos relata que este preconceito é mais visível online. Contudo, metade dos entrevistados diz também encontrar antissemitismo offline, como, por exemplo, em interações sociais com amigos/colegas/conhecidos (56%).
A proporção de entrevistados que sofreram assédio antissemita nos 12 meses anteriores ao inquérito aumentou desde 2018, tendo passado de 31% para 37%. Segundo os dados agora revelados, mais de metade dos incidentes de assédio e violência aconteceram em público - "na rua ou numa loja".
A situação leva assim a que grande parte dos judeus não esteja de todo satisfeito com a situação nacional e com os esforços dos governos locais para combater este problema.
A Agência dos Direitos Fundamentais alerta, então, para a necessidade se de "fazer mais para garantir a segurança das nossas comunidades judaicas" e relembra que a União Europeia e os Estados-Membros devem permanecer firmes no seu compromisso "de conter a onda crescente de antissemitismo".
Assim, aconselha as plataformas a aplicarem a Lei dos Serviços Digitais da UE sobre a remoção de conteúdo, de forma a combater a proliferação do antissemitismoonline. Além disso, sugere também que os Estados-Membros recolham dados para monitorizar os incidentes.
"Os Estados-Membros que ainda não nomearam um enviado especial ou coordenador para o combate ao antissemitismo deveriam fazê-lo", acrescenta o relatório.
Este é o terceiro inquérito da FRA sobre o antissemitismo. O primeiro foi realizado em 2012. Este último é referente ao período anterior aos ataques do Hamas, em outubro de 2023, e à guerra na Faixa de Gaza.
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