Sábado – Pense por si

Crítica de cinema: Malmkrog

Pedro Marta Santos
Pedro Marta Santos 22 de dezembro de 2020 às 14:00

Um longo filme "soporífero", fechado na sua altivez, de um grande cineasta romeno

Na passagem do século XIX para o XX, um período tão crepuscular como o que agora vivemos, cinco personagens reúnem-se numa mansão na Transilvânia onde a neve bate nas janelas e nos portais – o plano exterior inicial é digno de Tarkovsky. O aristocrata que as recebe levita pelas salas numa solenidade faustiana. Discutem – ou melhor, expõem à vez – os seus argumentos sobre a guerra, a religião, a memória, a paz, a tirania, a metafísica, o anticristo e a linguagem, sempre a linguagem (as palavras saem-lhes da boca como balas de fuzis que já não funcionam). As suas perplexidades são as de um mundo onde as elites nobres correm risco de extinção.

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