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Conferência sobre alterações climáticas falhou na emergência exigida pelo colapso do clima

16 de dezembro de 2018 às 14:03
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A associação ambientalista ZERO disse hoje que a conferência das Nações Unidas sobre alterações climáticas cumpriu os objectivos, mas "falhou na emergência exigida pelo colapso do clima".

A associação ambientalista ZERO disse hoje que a conferência das Nações Unidassobrealterações climáticas, que sábado terminou em Katowice, naPolónia, cumpriu os objectivos, mas "falhou na emergência exigida pelo colapso do clima".

"A COP24 conseguiu finalizar o livro de regras do Acordo de Paris, que era um dos objectivos, e a decisão final tem todos os elementos necessários para prosseguir os objectivos de resolver a crise climática. Infelizmente não se conseguiu mobilizar suficiente vontade política para um compromisso claro de fortalecimento das promessas climáticas de todos os países até 2020 e para depois de 2020", adiantou.

Em comunicado, a ZERO -- Associação Sistema Terrestre Sustentável, considerou ainda que não foi igualmente possível "garantir o apoio financeiro adequado para os países em desenvolvimento lidarem com impactos climáticos devastadores".

"Os países pobres e vulneráveis não podem ser deixados para trás com o acordo de Katowice. As pessoas que enfrentam perdas e danos devido a secas, inundações e tempestades devastadoras não são reconhecidas. Tal é uma provocação para os povos mais pobres que são afectados pelas alterações climáticas e que na maioria dos casos são responsáveis por muito poucas emissões", defende a ZERO.

A associação sublinhou o facto de se ter conseguido consenso num "conjunto abrangente de regras que permitirão a operacionalização do Acordo de Paris".

"Ficou claro que os governos avançaram na implementação futura de muitas vertentes associadas à implementação dos princípios de Paris, mas continuam a falhar na resposta aos impactos catastróficos da mudança climática que foram destacados pelo recente relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) que afirma ser possível e desejável não ir além de um aumento de temperatura de 1,5 graus Celsius em relação à era pré-industrial", prosseguiu.

Numa reacção aos resultados da conferência, o presidente da ZERO, Francisco Ferreira, considerou que "os resultados positivos conseguidos, apesar de limitados, desta cimeira, não calam os avisos gritantes do recente relatório mundial elaborado pela comunidade científica e a exigência crescente de acção pelos cidadãos".

Para o ambientalista, os "governos atrasaram novamente a acção adequada para evitar uma catástrofe climática".

"Portugal, através do Roteiro para a Neutralidade Carbónica para 2050, que foi apresentado há cerca de duas semanas no país e esta semana em Katowice, não pode falhar a implementação das políticas e medidas para transformar de forma justa a sociedade portuguesa e tem de passar a promover políticas coerentes com um verdadeiro esforço de mitigação das emissões", defendeu.

Para Francisco Ferreira, "é fundamental obter resultados na eficiência energética e nas energias renováveis, em particular no solar, bem como encerrar quanto antes as duas centrais a carvão".

O presidente da ZERO defende que "a União Europeia deve dar o exemplo, prestando mais apoio aos países em desenvolvimento, apoiando a implementação das regras do Acordo de Paris e aumentando o compromisso climático aquando da cimeira prevista para as Nações Unidas a 23 de Setembro de 2019".

"Mais ainda, deve haver um aumento significativo da ambição europeia, com uma redução de emissões de gases de efeito de estufa de 55% em relação ao ano de 1990 tal como alguns Estados-Membros e o Parlamento Europeu estão a pedir", acrescentou.

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