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Capitão de Abril Manuel Bastos de Matos morreu devido à covid-19

Rui Avelar 05 de fevereiro de 2021 às 20:54
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Enquanto militar, Bastos de Matos esteve ligado ao Grupo dos Nove. Depois de ter sido militar, dedicou-se à advocacia.

Manuel Bastos de Matos, ex-capitão do Movimento das Forças Armadas (MFA), morreu, esta sexta-feira, em Coimbra, vítima da covid-19.

Reuters

Depois de ter sido militar, dedicou-se à advocacia.

Enquanto militar, Bastos de Matos esteve ligado ao ‘Grupo dos Nove" (tendência moderada do MFA).

Para Odete Isabel, eleita em 1976 para presidir à Câmara Municipal da Mealhada, tratava-se de um homem "sem medo de ir à luta na defesa dos ideais de Abril" [de 1974]. Farmacêutica e antiga autarca, Odete Isabel guarda do capitão de Abril a imagem de uma pessoa discreta e sagaz.

Teresa Alegre, ex-deputada à Assembleia da República (eleita pelo PS), alude ao antigo ‘capitão de Abril’ como um "homem de convicções e que sabia bater-se pelas suas ideias e pelos seus ideais".

Tratava-se de um "pedaço da memória viva" da ‘revolução dos cravos’, sintetiza o advogado Rodrigo Santiago.

Luís Marinho, presidente da Assembleia Municipal de Coimbra, define Bastos de Matos como "militar corajoso e lúcido, que nunca negou o seu apreço pelo PS", tendo sido amigo de vários co-fundadores do partido.

Para Marinho, autarca e ex-vice-presidente do Parlamento Europeu, Manuel de Matos era "garantia de segurança" para o Partido Socialista no ‘Verão quente’ de 1975. "Estava sempre presente nas horas difíceis para o PS, e foram muitas", alega Luís Marinho.

Editorial

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