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Austrália: Mulher que serviu cogumelos mortíferos diz que foi um acidente

Andreia Antunes com Ana Bela Ferreira 14 de agosto de 2023 às 22:00

Erin referiu que os cogumelos mortíferos utilizados na tarte de carne foram comprados numa mercearia asiática em Melbourne há vários meses.

A mulher australiana quecozinhou a tarte de carne Wellington com cogumelos mortíferosque matou três familiares e deixou um em estado crítico disse à polícia que se tratou de um acidente.

Erin Patterson, que não está ser acusada, prestou declarações à polícia sobre os acontecimentos, segundo os meios de comunicação social locais. Nas suas declarações, referiu que tinha usado cogumelos secos, mas não sabia que eram venenosos.

"Estou agora devastada por pensar que estes cogumelos podem ter contribuído para a doença dos meus entes queridos", disse Erin. "Quero realmente repetir que não tinha absolutamente nenhuma razão para magoar estas pessoas que eu amava", acrescentou.

A mulher de 48 anos foi identificada como suspeita após as mortes, uma vez que parecia que ela própria e os seus filhos saíram ilesos da refeição. Na sua declaração reiterou a sua inocência e mencionou que ela própria tinha sido hospitalizada após a refeição devido a dores no estômago.

Às autoridades, Erin referiu que os cogumelos que foram utilizados na tarte de carne Wellington eram uma mistura de cogumelos de Paris comprados num supermercado e cogumelos secos comprados numa mercearia asiática em Melbourne há vários meses.

Os seus filhos, que não estavam presentes no almoço, comeram os restos da refeição no dia seguinte, no entanto os cogumelos foram retirados do prato, já que eles não gostam deste ingrediente.

Patterson mencionou que ela própria foi hospitalizada no dia 31 de julho, e que lhe foi administrado soro fisiológico e medicação para evitar danos no fígado. Afirmou que guardou e entregou o resto do almoço aos toxicologistas do hospital para ser examinado.

No seu depoimento, admitiu que mentiu às autoridades acerca de um desidratador de alimentos apreendidos pela polícia numa loja local durante as investigações na semana passada. Afirmou que foi questionada pelo ex-marido se envenenou os pais dele, e que por isso entrou em pânico e deitou fora o desidratador. Receava perder a custódia dos filhos.

Depois do incidente, Erin declarou a sua inocência aos jornalistas mas recusou-se a responder a perguntas sobre a refeição que foi servida aos convidados ou de onde vieram os cogumelos. "Agora arrependo-me muito de não ter respondido a algumas perguntas, seguindo o conselho [do advogado], dado o pesadelo em que este processo se tornou", afirmou do seu depoimento à polícia.

Desde o dia 29 de junho, a Austrália tem sido dominada pelo mistério das mortes causadas por um almoço fatal realizado em casa de Erin Patterson, na cidade de Leongatha, em Vitória.

Erin convidou os seus antigos sogros Gail e Don Patterson, bem como a irmã e cunhado de Gail, Heather e Ian Wilkinson. O seu ex-marido também tinha sido convidado para o almoço, mas não pôde comparecer à última hora.

Poucas horas depois da refeição os quatro convidados adoeceram, e inicialmente acharam que era uma intoxicação alimentar grave. Em poucos dias, Heather, com 66 anos, Gail e Don, com 70, morreram. Ian com 68 anos continua a lutar pela sua vida no hospital de Melbourne, enquanto aguarda por um transplante de fígado.

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