O Governo sírio, com o apoio crucial da Rússia e do Irão, assumiu recentemente o controlo de largas áreas em redor da capital, Damasco, estando em curso uma nova ofensiva no sul do país, que poderá provocar a mobilidade de 270 mil pessoas. O Conselho de Segurança das Nações Unidas reúne-se na quinta-feira, a pedido da Suécia e do Kuwait, para analisar as rápida deterioração da situação humanitária no sul da Síria.
O Governo sírio controla actualmente 61% do território, em contraste com os 17% em 2017, segundo dados do Observatório para os Direitos Humanos, que monitoriza o conflito. Mais de 5,6 milhões de sírios abandonaram o país desde o início do conflito armado, tendo o Ministério dos Negócios Estrangeiros sírio garantido que muitos dos refugiados já regressaram.
Contudo, muitos sírios estão impossibilitados de regressar porque as suas casas foram destruídas pelos bombardeamentos ou por recearem as forças governamentais.
Entretanto, um representante das Nações Unidas visitou hoje um campo de refugiados palestinianos em Damasco que as forças governamentais recapturam em maio aos insurgentes, após duros combates, e que acolheu milhares de palestinos e sírios.
O campo de Yarmouk, que serve de "casa" a 160 mil palestinos, está agora em ruínas, tendo Pierre Krahenbuhl, comissário da ONU para os refugiados palestinianos, testemunhado as difíceis condições e o desejo de muitos dos refugiados palestinianos em regressar e reconstruírem as suas vidas.
Krahenbuhl queixou-se dos cortes dos Estados Unidos nos fundos para os refugiados e lembrou que a agência tem um défice de 446 milhões de dólares, tendo procurado ajuda financeira de 200 milhões de dólares através de outros doadores, com a prioridade de manter abertas as escolas para os refugiados palestinos na Síria.