Sábado – Pense por si

"Se não precisava, porque é que pediu?", pergunta Catarina Martins sobre apoios a Mário Ferreira

01 de agosto de 2022 às 20:46
As mais lidas

Depois de ter sido concedido um empréstimo do Banco Português de Fomento ao grupo Pluris no valor de 40 milhões, Mário Ferreira decidiu prescindir desse valor afirmando que "recusa qualquer cêntimo do PRR".

A coordenadora bloquista, Catarina Martins, respondeu hoje ao empresário Mário Ferreira que a defesa do interesse pública não a envergonha, questionando porque é que pediu o empréstimo de 40 milhões de euros "se não precisava", já que prescindiu dele.

O grupo Pluris vai prescindir do empréstimo de 40 milhões de euros concedidos pelo Banco Português de Fomento e vai realizar um aumento de capital na próxima semana com fundos próprios, anunciou hoje o presidente Mário Ferreira, num comunicado no qual critica o que classifica de "vergonhosas ações" da ex-embaixadora Ana Gomes e da líder do BE, Catarina Martins, sobre este tema.

"A defesa do interesse público não me envergonha, bem pelo contrário. Fico orgulhosa se serviu para poupar 40 milhões de euros ao Estado", respondeu, através da rede social Twitter Catarina Martins, considerando que Ana Gomes terá o mesmo sentimento.

No entanto, para a líder do BE, o comunicado de Mário Ferreira não responde às questões levantadas.

"Porque pediu e como lhe foi aprovado um apoio quatro vezes acima da referência do Banco de Fomento? E até levanta outras questões: se não precisava, porque é que pediu?", perguntou.

A informação divulgada pela empresa consta de um comunicado em que a Pluris Investments, "em nome da verdade dos factos e na salvaguarda do seu bom nome e do seu acionista principal, Mário Ferreira, e de todas as entidades envolvidas" vem "prestar esclarecimento público sobre o contexto que envolveu a decisão de se candidatar ao PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], ao abrigo da Janela B e no enquadramento do Quadro Temporário de Auxílio de Estado no contexto da pandemia covid-19, e que mereceu aprovação pelo Banco Português de Fomento no passado dia 30 de junho de 2022, confirmando a sua elegibilidade com mérito".

No mesmo documento são criticadas as "vergonhosas ações" de Ana Gomes e Catarina Martins sobre este tema, informando que como resultado o grupo Pluris, "apesar de ter formalizado a candidatura ao instrumento de recapitalização disponibilizado pelo Estado português, em 24 de fevereiro de 2022, e de a mesma ter sido aprovada pelo Banco Português de Fomento, no passado dia 30 de junho de 2022, recusa qualquer cêntimo do PRR e que solicitou hoje o cancelamento do pedido de empréstimo ao Banco de Fomento".

No debate do estado da nação que decorreu no final de julho, Catarina Martins perguntou ao primeiro-ministro se teve envolvimento nos apoios concedidos pelo Banco do Fomento ao empresário Mário Ferreira, que está a ser investigado, tendo António Costa negado e considerado insultuosa a questão.

"Foi dada prioridade a uma empresa cujo empresário Mário Ferreira está a ser investigado a nível nacional e europeu por branqueamento de capitais e por fuga ao fisco. Foi dada prioridade a uma empresa que é administrada por um ex-assessor do primeiro-ministro, Diogo Lacerda Machado", afirmou Catarina Martins.

A seguir, deixou a pergunta: "Que envolvimento teve o senhor primeiro-ministro nesta decisão?"

António Costa respondeu desta forma: "Sobre a pergunta insultuosa que me dirigiu, a minha intervenção é zero. Foi zero, como muito bem a senhora deputada sabe".

Cuidados intensivos

Filmes do desassossego

Ao ver os socialistas que apoiam a Flotilha "humanitária" para Gaza tive a estranha sensação de estar a ver a facção do PS que um dia montará um novo negócio, mais alinhado com a esquerda radical, deixando o PS “clássico” nas águas fétidas (para eles) do centrão.

A lagartixa e o jacaré

Quando o valor das notícias desaparece

Mesmo quando não há nada de novo a dizer, o que se faz é “encher” com vacuidades, encenações e repetições os noticiários. Muita coisa que é de enorme importância fica pelo caminho, ou é apenas enunciada quase por obrigação, como é o caso de muito noticiário internacional numa altura em que o “estado do mundo” é particularmente perigoso