Tribunal Europeu dos Direitos Humanos entendeu que a justiça portuguesa violou a liberdade de expressão de Victor Veiga Cardoso, ao punir um comentário do cidadão português sobre o procurador responsável pelo caso de regulação parental da filha.
O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) condenou Portugal a pagar mais de 18 mil euros a um cidadão português pela violação do direito de liberdade de expressão face à condenação por difamação de um procurador.
Direitos Reservados
De acordo com a decisão hoje divulgada, o TEDH entendeu que a justiça portuguesa violou a liberdade de expressão de Victor Veiga Cardoso, ao punir um comentário do cidadão português sobre o procurador responsável pelo caso de regulação parental da filha.
Victor Veiga Cardoso disse numa reunião com assistentes sociais que acompanhavam a visita supervisionada à filha que o procurador alegadamente consumiria demasiado álcool, colocando assim em causa o trabalho e o que entendia ser o superior interesse da criança: o direito a estar também com o pai.
O comentário foi transmitido pelos funcionários ao procurador do Ministério Público, que processou então Victor Veiga Cardoso por difamação agravada e viu o tribunal dar-lhe razão, condenando o cidadão a pagar 1.600 euros.
No entanto, o TEDH considerou "desproporcionada" a pena aplicada e que os comentários "constituíram uma forma de desabafo" da insatisfação com o processo de regulação parental, deixando ainda críticas aos funcionários que reportaram o comentário.
"Não é descabido considerar que o requerente esperava alguma discrição e reserva por parte dos profissionais. De acordo com o manual de boas práticas da unidade especializada que trabalha com os tribunais de família, tais reuniões implicam um ambiente de confiança, de modo a que os pais se sintam livres para exprimir abertamente os seus pensamentos", lê-se na decisão do TEDH, contrariando o entendimento da justiça portuguesa.
Na análise do confronto entre o direito à proteção da reputação do procurador e o direito à liberdade de expressão de Victor Veiga Cardoso, o tribunal sediado em Estrasburgo notou que "a condenação penal do recorrente não pode ser considerada proporcional à luz do objetivo legítimo prosseguido, não sendo assim necessária numa sociedade democrática".
O TEDH definiu que Portugal tem de pagar dentro de três meses uma indemnização total de 18.696,15 euros ao cidadão português, repartidos por 1.600 euros na indemnização a que Victor Veiga Cardoso tinha sido condenado na justiça nacional (danos patrimoniais) e por 17.096,15 euros a título de custas e despesas.
Condenado por dizer que procurador era alcoólico vai receber 18 mil euros do Estado
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Ser liberal é viver e deixar viver. É também não sucumbir ao ressentimento social: as páginas em que Cotrim de Figueiredo confessa essa tentação quando olhava para os colegas mais abonados do Colégio Alemão são de uma honestidade tocante.
Mesmo nessa glória do mau gosto, ele encontra espaço para insultar, nas legendas, os seus antecessores, os Presidentes de que ele não gosta, a começar por Biden. É uma vergonha, mas o mundo que Trump está a criar assenta na pouca-vergonha
A avó de Maria de Lourdes foi dama de companhia da mãe de Fernando Pessoa. E deixou-lhe umas folhas amaralecidas, que elaenviou a Natália Correia, já nos anos 80. Eram inéditos da mãe do poeta.
Zelensky vê na integração na UE uma espécie de garantia de segurança, ainda que não compense a não entrada na NATO. É possível sonhar com um cessar-fogo capaz de evitar uma futura terceira invasão russa da Ucrânia (agora para Odessa e talvez Kiev, rumo às paredes da frente Leste da UE)? Nunca num cenário de concessão do resto do Donbass. O invadido a oferecer, pela negociação, ao invasor o que este não foi capaz de conquistar no terreno? Não pode ser. Aberração diplomática que o fraco mediador Trump tenta impor aos ucranianos.