Em causa estão os dados pessoais de Bolsonaro, dos seus filhos e ministros, divulgados pelo grupo de "hackers" Anonymus Brasil. Bolsonaro fala de "medida de intimidação".
A Polícia Federal brasileira determinou na terça-feira a abertura de um inquérito para apurar a divulgação de dados pessoais do Presidente, Jair Bolsonaro, dos seus filhos e ministros, pelo grupo de hackers (piratas informáticos) Anonymous Brasil.
Segundo a revista Época, do grupo Globo, a Polícia Federal está ainda a definir o delegado que irá conduzir a investigação, que visa apurar crimes previstos no Código Penal brasileiro, na Lei de Segurança Nacional e na Lei das Organizações Criminosas.
A abertura do inquérito surgiu horas depois do ministro da Justiça do Brasil, André Mendonça, ter informado na rede social Twitter que determinou à Polícia Federal o início das investigações à divulgação "de informações pessoais do Presidente, Jair Bolsonaro, seus familiares e demais autoridades".
Já Bolsonaro indicou que se tratou de uma "medida de intimidação" e que serão tomadas medidas legais.
"Em clara medida de intimidação, o movimento de hacker Anonymous Brasil divulgou, em conta do Twitter, dados do Presidente da República e familiares. Medidas legais estão em andamento, para que tais crimes não passem impunes", escreveu o chefe de Estado na mesma rede social.
- Em clara medida de intimidação o movimento hacktivista "Anonymous Brasil" divulgou, em conta do Twitter, dados do Presidente da República e familiares.
- Medidas legais estão em andamento, para que tais crimes, não passem impunes.
Segundo informações publicadas pelos media locais, os piratas informáticos publicaram dados pessoais, como endereços, números de documentos e contactos telefónicos dos atingidos em links, entretanto apagados pelo Twitter. Foram também divulgadas informações sobre registos de empregos, rendimentos e bens, como imóveis e automóveis.
Além do chefe de Estado brasileiro, foram alvo do ataque os filhos envolvidos na atividade política: Flávio, Eduardo e Carlos Bolsonaro.
Também tiveram informações pessoais divulgadas ilegalmente os ministros da Educação, Abraham Weintraub, a ministra da Mulher e Direitos Humanos, Damares Alves, além de outros apoiantes conhecidos do Presidente brasileiro, como o empresário Luciano Hang.
Nas suas redes sociais, Carlos Bolsonaro confirmou a divulgação das suas informações pessoais.
"A turma ‘pró-democracia’ vazou os meus dados pessoais e de outros na internet. Após vermos violações do direito à livre expressão, agora ferem a privacidade. Sob a desculpa de ‘combater o mal’, justificam seus crimes e fazem justamente aquilo que nos acusam, mas nunca provam!", escreveu.
A turma "pró-democracia" vazou meus dados pessoais e de outros na internet. Após vermos violações do direito à livre expressão, agora ferem a privacidade. Sob a desculpa de "combater o mal", justificam seus crimes e fazem justamente aquilo que nos acusam, mas nunca provam!
O empresário Luciano Hang disse que os seus documentos foram usados para pedir o auxílio de emergência do governo para pessoas de baixos rendimentos durante a pandemia de Covid-19.
Já o ministro Weintraub declarou que, a par da sua família, tem sido ameaçado de morte.
"Muitas famílias patriotas estão a ser ameaçadas. Os nossos lares não estão mais seguros. Querem-nos calar. Não me lamento, escolhi essa trilha. A luta pela liberdade e a defesa da ordem é fundamental para termos um país onde criar nossos filhos", escreveu o ministro da Educação no Twitter.
Polícia brasileira abre inquérito para investigar divulgação de dados de Bolsonaro
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