Primeiro-ministro indicou que o modelo eleitoral proposto pelo PS é "uma escolha arriscada" que terá dado maus resultados no passado
Passos Coelho defendeu na passada terça-feira que as legislativas devem resultar num "ganhador inequívoco" com maioria absoluta para governar, seja a maioria PSD/CDS-PP ou o PS, e remeteu uma decisão sobre candidaturas presidenciais para depois dessas eleições.
"Eu dei tudo o que podia para oferecer aos portugueses uma solução política de estabilidade. Julgo que quem ganhar as eleições deve procurar ganhá-las com uma maioria absoluta, seja a coligação que eu lidero, seja o PS. É preferível que haja um ganhador inequívoco nas eleições, para que o país possa ter um Governo com estabilidade para governar", afirmou Pedro Passos Coelho, em entrevista à SIC.
Interrogado sobre as candidaturas às eleições presidenciais, o presidente do PSD reiterou que só falará do assunto depois das legislativas, acrescentando: "Independentemente de todos os factos, nós não iremos fazer nenhuma escolha daqui até lá, e eu não irei perder um segundo a falar sobre eleições presidenciais daqui até às eleições legislativas".
Nesta entrevista, o primeiro-ministro retomou a análise retrospectiva que fez na passada quinta-feira, num discurso na Gulbenkian, sobre o programa de resgate a Portugal - que nessa ocasião descreveu como contendo metas orçamentais "incumpríveis", revelando que Portugal esteve à beira de "uma falência do crédito".
Questionado sobre as acusações de que mentiu na campanha eleitoral para as anteriores legislativas, o presidente do PSD e primeiro-ministro afirmou que foi eleito tendo como prioridade cumprir o programa de resgate a Portugal.
"Aquele programa, quando eu o recebi não era cumprível, simplesmente não era cumprível. As contas estavam mal feitas, e não fui eu que as fiz", reiterou, destacando a redução do défice imposta para 2011, "correspondente a quatro pontos percentuais".
"Eu nessa altura só tinha uma de duas escolhas para fazer, não tinha uma terceira. Ou dizia: vamos anunciar que este programa não é cumprível e, portanto, antes sequer de o começarmos a executar, vamos requerer um segundo programa - e a minha profunda convicção é de que estaríamos hoje como a Grécia - ou vamos dar tudo por tudo, diga-se o que se disser sobre o que eu disse na campanha eleitoral, diga-se o que se disser sobre aquilo que eram as medidas que estavam inicialmente no memorando de entendimento", justificou.
Passos Coelho não quis adiantar o que pretende fazer, como presidente do PSD, se perder as legislativas: "Eu não vou fazer nenhum cenário pós-eleitoral, estou absolutamente comprometido com o resultado destas eleições".
Quanto ao programa eleitoral da coligação PSD/CDS-PP designada Portugal à Frente (PAF), disse não o querer "apresentar à pressa" e voltou a considerar que "a estratégia do Governo é conhecida".
Segundo o primeiro-ministro, essa estratégia consiste numa "recuperação da economia liderada pelas exportações" e na "criação de emprego e geração de rendimento através de novo investimento em Portugal" e implica "ir removendo progressivamente as medidas de austeridade", com "prudência".
Relativamente ao modelo proposto pelo PS, apontou-o como "uma escolha arriscada", que já deu maus resultados no passado.
"Julgo que nós temos uma proposta que não fará regredir Portugal. E quando olho para o PS noto que o PS aprendeu muito pouco com os erros do passado e está a advogar hoje as mesmas receitas do passado. Mas vamos fazer a campanha eleitoral e vamos ver o que é que ela dá. Espero que possa dar um Governo com estabilidade", concluiu.
Passos: eleições devem ser ganhas "com uma maioria absoluta"
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