NEWSLETTER EXCLUSIVA PARA ASSINANTES Novidades com vantagens exclusivas: descontos e ofertas em produtos e serviços; divulgação de conteúdos exclusivos e comunicação de novas funcionalidades. (Enviada mensalmente)
Na comissão de inquérito ao Novo Banco, a antiga ministra do governo de Passos Coelho deixou claro que "não foi o governo" que enganou as pessoas que perderam o seu dinheiro.
A antiga ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque disse esta quinta-feira que quem enganou as pessoas no BES "foram os acionistas", e não os responsáveis políticos que apelaram à tranquilidade com base na informação que detinham na altura.
"Quem as enganou [as pessoas] foram os acionistas do banco que fizeram o que fizeram. Essas pessoas é que os enganaram", disse Maria Luís Albuquerque na sua audição na Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução.
Respondendo à deputada do PS Jamila Madeira, a titular da pasta das Finanças do governo de Pedro Passos Coelho (PSD/CDS-PP) disse perceber "que as pessoas que perderam o dinheiro se sintam enganadas, defraudadas" e afirmou ter "genuinamente a maior simpatia por esse argumento" e achar "que têm razão", mas deixou claro que "não foi o governo" que as enganou.
"Face à informação que eu tinha, à informação que me era prestada e que eu pedi que me fosse prestada, havia todas as razões para acreditar que o Banco Espírito Santo [BES] estava suficientemente protegido para não ter um problema de viabilidade ou continuidade mesmo que os riscos se materializassem", tinha dito já anteriormente Maria Luís Albuquerque.
A ex-ministra esclareceu que fez as declarações "porque havia ruído" e lhe foi perguntado, não tendo "razões para dizer outra coisa, porque objetivamente era a verdade" da informação que tinha na altura, "nem faria sentido que o ministro das Finanças expressasse dúvidas sobre a matéria, porque isso era completamente contraproducente".
"Pretender dizer daí que incentivámos as pessoas a comprar ações, senhora deputada, não me leve a mal, mas é esticar muito o argumento", respondeu à socialista Jamila Madeira.
Maria Luís Albuquerque manteve ainda que as reuniões que teve com Ricardo Salgado, ex-presidente do BES, foram sobre a área não financeira do Grupo Espírito Santo (GES), "até porque o doutor Ricardo Salgado sabia bem que, se pedisse apoio para o banco, ele seria enquadrado dentro daquilo que eram as regras no momento em que esse pedido fosse feito, que o Banco de Portugal avaliaria esse pedido" e "teria o mesmo tratamento que os outros bancos".
"Talvez por isso o doutor Ricardo Salgado tenha tido, se calhar, esse cuidado, presumo eu, em nunca falar do banco", disse a antiga governante. "Eu acho que, manifestamente, ele [Ricardo Salgado] não ter sido afastado antes teve consequências bastante mais graves", observou.
A antiga ministra disse ainda que "a única entidade que verdadeiramente nunca quis apoio ao BES foi o próprio BES", algo que "mais tarde" se veio "a perceber melhor o porquê".
"Na altura, a explicação que corria era que o BES estava traumatizado com os processos de nacionalização que se seguiram ao 25 de abril, que para a família Espírito Santo aquilo seria um acontecimento muito traumático, e que, portanto, havia ali uma questão de princípio de que não queriam recorrer ao apoio público", prosseguiu.
Maria Luís Albuquerque disse que essa versão, "naquele contexto, até tinha credibilidade", tendo o BES conseguido obter fundos "das duas vezes em que o Banco de Portugal exigiu aumentos de capital antes da resolução".
Anteriormente, em resposta ao deputado Duarte Pacheco (PSD), a ex-ministra já tinha dito que "nem toda a administração do BES sequer sabia o que estava a ser feito", e que "nem sequer foi a administração toda que desobedeceu frontalmente às ordens do Banco de Portugal, foram alguns administradores que desse ponto de vista abusaram dos seus poderes".
"Se essa proibição tivesse sido cumprida, a materialização dos riscos no GES teria sido coberta por esse montante de capital que estava previsto, o BES teria continuado a existir, teria com certeza precisado de mais capital, mas, nessas circunstâncias, ao que tudo fazia crer da informação que tínhamos na altura, é que haveria investidores dispostos ou a reforçar a sua posição ou a entrar no capital do BES", considerou.
Novo Banco. Maria Luís Albuquerque afirma que quem enganou as pessoas no BES "foram os acionistas"
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.
Até porque os primeiros impulsos enganam. Que o diga o New York Times, obrigado a fazer uma correcção à foto de uma criança subnutrida nos braços da sua mãe. O nome é Mohammed Zakaria al-Mutawaq e, segundo a errata do jornal, nasceu com problemas neurológicos e musculares.