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Museu de Arte Antiga empresta triptíco de Bosch ao Prado

Em troca receberá um auto-retrato de Albrecht Dürer, considerada uma das mais emblemáticas obras do museu (e raramente exposta fora de Espanha)

O tríptico de Bosch Tentações de Santo Antão, do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), vai ser exibido a partir de Maio em Madrid, no Museu do Prado, que irá, por sua vez, ceder a Lisboa o auto-retrato de Albrecht Dürer.

De acordo com fonte do MNAA, a obra do século XVI assinada pelo pintor Hieronymus Bosch (1450-1516) vai figurar na grande exposição do Prado dedicada ao mestre holandês, de Maio a Setembro deste ano, para assinalar os 500 anos da morte do artista.

Tentações de Santo Antão- a obra mais importante da colecção de pintura europeia do MNAA - vai figurar entre as 25 pinturas de Bosch, ou a ele atribuídas, que a exposiçãoEl Bosco: La exposición del centenárioapresentará, incluindoO Jardim das Delícias, da colecção do Prado.

Assinado por Bosch, em 1500, o tríptico de Lisboa integra os quatro elementos do universo - céu, terra, água e fogo - tornando-os cenário de personagens estranhas, cuja presença remete para os temas recorrentes do artista: a solidão do homem justo perante o mal e o diabólico.

Contactado pela agência Lusa, José Alberto Seabra, director-adjunto do museu, indicou que aquela peça "é a mais importante da colecção de pintura europeia" do MNAA. "As Tentações de Santo Antão, de Bosch, [são], em importância, o equivalente aos Painéis de São Vicente de Fora na pintura portuguesa", sublinhou.

Desde que há registo da entrada do quadro no museu, em 1913, proveniente das colecções reais que se encontravam no Palácio das Necessidades, o tríptico de Bosch saiu quatro vezes do MNAA, indicou José Alberto Seabra à Lusa.

Em 1935 esteve em Paris, para participar numa exposição sobre mestres holandeses, em 1936 esteve em Roterdão, na Holanda, para uma exposição dedicada a Bosch, e viria a sair novamente em 1958, para Amesterdão, para uma mostra de arte holandesa.

A última vez que o tríptico da colecção portuguesa saiu do museu foi em 1991, para a exposição sobre a arte no tempo das Descobertas, na National Gallery de Washington, nos Estados Unidos -Circa 1492- quando passavam 500 anos sobre a data que assinala a descoberta da América.

"As Tentações de Santo Antão" vão viajar desta vez para o Prado, no âmbito de um intercâmbio assinado há dois anos entre o MNAA e o museu espanhol. Em troca, o MNAA receberá, na mesma altura, o auto-retrato do pintor alemão Albrecht Dürer (1471-1528), datado de 1498, considerada uma das mais emblemáticas obras do Museu do Prado, e também raramente exposta fora de Espanha.

Nascido em Hertogenbosch, na Holanda, cerca de 1450, Jeroen van Aeken, cujo pseudónimo é Hieronymus Bosch, dedicou-se à gravura e pintura, retratando, em muitas das suas obras, cenas de tentação e pecado, com figuras híbridas que vieram influenciar vários movimentos na História da Arte, nomeadamente o Surrealismo.

Também a Holanda irá celebrar os 500 anos da morte do pintor, já a partir de Fevereiro, com a exposição Hieronymus Bosch:Visões de um Génio, que estará patente em Hertogenbosch, cidade próxima de Amesterdão, onde o mestre nasceu.

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