Em tribunal, a arguida disse ter pago dez mil euros a dois homens por protecção mas garantiu que nunca quis matar o ex-companheiro
Uma mulher suspeita de ter encomendado a morte do ex-marido negou hoje a acusação no início do julgamento, no tribunal de Aveiro, admitindo ter pago dez mil euros a dois homens para a protegerem.
"Nunca me passou pela cabeça matá-lo. É o pai dos meus filhos", declarou a arguida acusada de um crime de homicídio qualificado na forma tentada, juntamente com o actual companheiro e um outro homem, que responde ainda pelos crimes de furto qualificado e ameaça agravada.
Perante o colectivo de juízes, a mulher disse ter sido abordada por este último arguido, que viveu na mesma casa do ex-marido e que lhe contou que aquele a queria matar e que queria colocar uma bomba no seu carro.
Segundo a arguida, este homem apresentou-lhe um vendedor de vinhos e queijos que se ofereceu para lhe dar protecção, a troco do pagamento de dez mil euros.
"Eu aceitei. Queria era andar protegida, porque estava em pânico", afirmou a arguida, assegurando que nunca falaram em tirar a vida ao seu ex-marido.
A mulher adiantou ainda que o seu actual companheiro, que se remeteu ao silêncio no início do julgamento, não sabia de nada e só mais tarde o colocou a par da situação.
O homem que terá oferecido protecção à mulher também foi acusado de tentativa de homicídio, mas já faleceu, o que levou à extinção do procedimento criminal.
Segundo a acusação do Ministério Público (MP), os factos ocorreram entre finais de 2012 e Abril de 2013, quando a arguida e o seu novo companheiro combinaram contratar alguém para tirar a vida ao ofendido, um empresário do ramo das tintas, residente em Ovar, para ficarem com o seu património.
A mulher terá então contactado dois homens que aceitaram matar o seu ex-marido, com recurso a terceiros, mediante o pagamento de 20.000 euros.
No entanto, de acordo com a investigação, este plano não foi avante, porque os arguidos se desentenderam, por motivos relacionados com a divisão da quantia acordada.
No despacho de acusação, o MP diz que durante o período em que a arguida esteve casada com o ofendido, o casal teve vários conflitos, que levaram à apresentação de queixas-crime recíprocas.
Depois do divórcio, as divergências terão continuado, agora motivadas pela circunstância da arguida não concordar com os termos da partilha dos bens do casal.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
A escola é um espaço seguro, natural e cientificamente fundamentado para um diálogo sobre a sexualidade, a par de outros temas. E isto é especialmente essencial para milhares de jovens, para quem a escola é o sítio onde encontram a única oportunidade para abordarem múltiplos temas de forma construtiva.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.