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Morreu o escultor e professor Jaime Miranda Azinheira

04 de janeiro de 2016 às 18:07
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O artista era conhecido por trabalhar materiais frágeis, como gesso ou papel, e foi docente na faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto

O escultor e professor Jaime Azinheira morreu hoje de madrugada no Porto, vítima de cancro, aos 71 anos.

Jaime Azinheira foi um artista que ocupou "na escultura portuguesa um lugar original, quer pelos materiais que trabalhou, quer pelas situações: gessos de grandes dimensões, peças em papel e polivinilo, servindo figuras pitorescas e caricatas em situações quotidianas, tão poéticas quanto trágicas", conforme adianta a biografia escrita pelo museu Amadeo de Souza-Cardoso.

O escultor fez também cenografias para peças de teatro, sendo disso exemplo as de Carlo Gozzi e Boris Vian -- para os Comediantes do Porto e para o TEUC (Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra) -- e foi protagonista no filme Saudade, sobre o mestre Soares dos Reis, projecto realizado para a RTP e que integrava a série Outonos.

Tinha obras na Biblioteca-Museu de Vila Nova de Gaia, na Casa-Museu Teixeira Lopes, em Vila Nova de Gaia, na Fundação de Serralves, Porto, no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, na Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira, no Clube Náutico Caminhense e em colecções particulares, segundo a mesma biografia.

Azinheira nasceu em Peniche em 1944 e formou-se em Escultura na Escola Superior de Belas Artes do Porto em 1980, com 16 valores. Realizou a sua primeira exposição individual de escultura, intitulada Serões – cinco histórias em três dimensões, em 1982 na Cooperativa Árvore. Depois disso, foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, começou a dar aulas em 1979, inicialmente de ensino preparatório e depois nas Belas Artes do Porto, onde veio a fazer o seu doutoramento. Participou em diversas exposições e bienais, recebeu o prémio de escultura na IV Bienal de Cerveira e o prémio Garrett de Teatro pela cenografia da peça Pássaro Verde, dos Comediantes do Porto.

Produziu "esculturas de vincado desenho, feitas em materiais normalmente frágeis e com uma técnica original de moldagem, criando singulares e cenográficos objectos artísticos, muito expressivos, volumosos e até mesmo monstruosos, mas profundamente humanos", lê-se na página de antigos alunos ilustres da Universidade do Porto, instituição onde Azinheira deu aulas até 2005.

Era casado e pai de três filhos: a artista plástica Filipa César, o realizador Alexandre Azinheira e a bióloga Catarina Azinheira. O corpo do escultor vai estar em câmara ardente na capela da Igreja das Antas, no Porto, até às 22h de hoje.

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