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Mais de 200 detidos por corrupção na Arábia Saudita

09 de novembro de 2017 às 16:40
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De 208 levadas para interrogatório, só sete se escaparam à acusação.

A Arábia Saudita anunciou hoje que deteve desde sábado 201 pessoas por suspeitas de corrupção envolvendo mais de 100 mil milhões de dólares (cerca de 86 mil milhões de euros) nas últimas duas décadas.

O Procurador-Geral saudita, Saud al-Mojeb, anunciou em comunicado que 208 pessoas foram notificadas para interrogatório desde sábado e que sete foram libertadas sem acusação.

"A escala potencial das práticas de corrupção descobertas é muito grande", afirmou, acrescentando que as investigações sobre os últimos três anos permitem estimar em mais de 100 mil milhões de dólares o valor movimentado ilegitimamente nas últimas décadas.

O número hoje anunciado é muito superior ao anunciado no fim de semana, sugerindo que foram feitas mais detenções durante a semana.

No domingo, as autoridades anunciaram que na operação lançada no sábado à noite foram detidos 11 príncipes e 38 altos responsáveis e empresários.

Críticos e observadores consideram que a ampla operação, no âmbito da qual foram detidos príncipes, militares e empresários, é uma tentativa de apropriação do poder pelo príncipe herdeiro, Mohammed Bin Salman, para afastar potenciais rivais.

Entre as detenções já conhecidas figura o milionário príncipe Al Walid bin Talal e dois dos filhos do falecido rei Abdullah, um dos quais, o príncipe Miteb, chefiava a Guarda Nacional. Foram levados para o Ritz Carlton (na fotogaleria acima). 

Cerca de 1.700 contas bancárias pertencentes aos detidos foram congeladas. As autoridades admitiram ter encerrado contas, mas recusaram dizer quantas, limitando-se a assegurar que apenas foram visadas contas pessoais.

Editorial

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