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EUA proíbem venda de todos os cigarros eletrónicos da Juul Labs

Lusa 24 de junho de 2022
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Empresa não conseguiu demonstrar que a comercialização dos seus produtos era "adequada para a proteção da saúde pública".

A agência norte-americana do Medicamento (FDA) proibiu hoje a venda de todos os cigarros eletrónicos da marca Juul Laabs nos Estados Unidos, para tentar conter o consumo entre os jovens, decisão da qual a empresa pondera recorrer.

Para a FDA esta start-up, que teve um sucesso fenomenal no final dos anos 2010, graças aos seus vaporizadores recarregáveis por USB e com recargas de nicotina com sabor frutado, não conseguiu demonstrar que a comercialização dos seus produtos era "adequada para a proteção da saúde pública".

A decisão obriga a empresa a "deixar de vender e distribuir" os produtos para os quais atualmente tem autorização e os que já se encontram nas lojas "devem ser retirados" de venda.

A agência norte-americana já tinha proibido em 2020 a comercialização de vaporizadores recarregáveis, do tipo Juul, com sabores aromatizados, autorizando apenas sabores de tabaco e mentol.

E ficou também encarregada de verificar os produtos 'vaping' para garantir que o benefício para os adultos, incluindo ajudá-los a parar de fumar os cigarros tradicionais, superava os riscos apresentados aos jovens.

Nessa investigação, a FDA interditou 'vapers' de várias empresas, mas também leu 'luz verde' a certos produtos apresentados pelas empresas R.J. Reynolds (subsidiária da British American Tobacco), Logic ou Njoy.

A proibição divulgada esta quinta-feira demonstra o compromisso da FDA "em garantir que todos os cigarros eletrónicos e outros produtos que fornecem nicotina por meio de um dispositivo eletrónico atualmente no mercado correspondam aos padrões de saúde pública", salientou o responsável pela agência, Robert Califf, citado no comunicado de imprensa.

Para combater os efeitos do tabagismo, a FDA também anunciou na terça-feira que pretende reduzir significativamente o nível de nicotina dos cigarros vendidos nos Estados Unidos.

A agência não acredita que os produtos da Juul apresentem um "risco imediato", mas julga que a empresa não forneceu dados suficientes para poder avaliar "os riscos toxicológicos potenciais".

A start-up, com sede em São Francisco, garante ter "fornecido informações e dados suficientes" para resolver todas as questões levantadas pela agência.

A empresa, que foi acusada de participar no grande aumento do consumo de produtos 'vaping' entre adolescentes com anúncios e operações de marketing, planeia procurar suspender a decisão e explorar todas as opções disponíveis, incluindo um recurso.

A Juul Laabs detém atualmente 36% do mercado de cigarros eletrónicos nos Estados Unidos, avaliado em cerca de 5,3 mil milhões de dólares por ano (cerca de 5 mil milhões de euros), segundo dados da Nielsen citados num comunicado do Goldman Sachs.

O número é inferior aos 70% da quota de mercado de 2019, mas a empresa continua a ser a primeira nos EUA.