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Costa: Se Passos "diz alguma coisa, devemos interrogar-nos"

16 de julho de 2015 às 10:29
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O socialista, no âmbito de um debate sobre o Encontro de Gerações, no Porto, respondeu a várias questões da actualidade nacional e grega

O secretário-geral do PS afirmou na quarta-feira à noite, no Porto, que os portugueses deviam "ter desconfiado quando o primeiro-ministro disse que tinha dado uma ajudinha para resolver o problema da Grécia".

 

"Sempre que o primeiro-ministro diz alguma coisa, devemos interrogar-nos três vezes: será que ele está mesmo a dizer verdade. Pelos vistos, não estava", comentou António Costa.

 

O líder socialista falava num debate sobre o tema Encontro de Gerações, que encheu o salão nobre do Ateneu Comercial do Porto e no qual respondeu a várias questões sobre a actualidade nacional e também sobre a Grécia.

 

A questão grega foi introduzida por um dos presentes, que citou declarações proferidas pelo ministro italiano das Finanças, Pier Carlo Padoan, e reproduzidas pelo Jornal de Negócios, segundo as quais só Itália, França e Chipre contribuíram para a obtenção de um compromisso com a Grécia na cimeira dos líderes do euro que decorreu no domingo.

 

Em entrevista ao jornal Il Sole 24 Ore, citada pela Reuters, Pier Carlo Padoan revelou que os restantes países da zona euro ficaram ao lado da Alemanha na "posição mais dura" para a Grécia. No final, "apenas nós, os franceses e também um pouco o Chipre estávamos lá para atingir um compromisso", afirmou.

 

O primeiro-ministro Passos Coelho, no final dessa cimeira, disse que Portugal tinha contribuído para a solução que veio a ser aprovada para a Grécia.

 

"Uma das razões pela qual sempre achei de uma enorme imprudência a forma como o Governo tratou displicentemente a questão da crise grega é porque, obviamente, a partir do momento em que a Grécia deixe de estar na União Europeia ou, pelos menos, na zona euro, acabamos com um princípio fundamental de qualquer união monetária: as uniões monetárias são irreversíveis e quando abrimos o primeiro precedente não sabemos o que vem a partir daí", afirmou.

 

António Costa lembrou depois que o presidente do Banco Central Europeu, Mário Draghi, recordou que a saída de um país do euro "seria entrar por águas nunca dantes navegadas". "E mais vale não sair de terra firme e não nos metermos em aventuras neste momento", disse então o líder do BCE.

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O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.