O líder do PS defende o "respeito pela decisão soberana" grega e tem esperança numa continuidade de diálogo com o governo helénico
O secretário-geral do PS criticou esta segunda-feira as posições sobre a crise grega assumidas pelos principais responsáveis sociais-democratas alemães, dizendo mesmo que Sigmar Gabriel, líder do SPD, falou como "vice-chanceler" alemão e não como socialista.
António Costa falava em conferência de imprensa, depois de confrontado com declarações duras contra o Governo de Atenas proferidas por membros da sua família política socialista europeia, casos de Sigmar Gabriel e do presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz.
"Não me revejo nessas declarações, nem elas expressam a posição dos socialistas europeus. O comunicado do Partido Socialista Europeu (PSE) é inequívoco no apelo à reabertura das negociações, à manutenção da Grécia no euro e à superação desta crise", contrapôs o líder do PS.
O secretário-geral do PS considerou mesmo que Sigmar Gabriel "falou mais como vice-chanceler da Alemanha do que como socialista europeu" e deixou depois a entender que o presidente do Parlamento Europeu vai rever a sua posição.
"Creio que o próprio Martin Schulz, ao longo deste dia, vai dar uma indicação muito clara de que compreendeu os resultados do referendo na Grécia e de qual a posição que as instituições europeias devem ter para superar esta crise", sustentou António Costa.
Já em relação ao encontro desta tarde entre o chefe de Estado francês, François Hollande, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, o secretário-geral do PS afirmou esperar que o líder dos socialistas franceses defenda a continuidade do diálogo com a Grécia, numa lógica construtiva.
"O que espero do presidente Hollande é o que espero de todos os responsáveis políticos europeus: Respeito pela decisão soberana da Grécia; uma afirmação clara e inequívoca de que não está em causa a saída da Grécia da zona euro, havendo uma garantia da integridade irreversível do euro; e necessidade de retomar as negociações, agora de uma forma mais alargada, tendo em vista uma avaliação profunda dos resultados dos programas de ajustamento na zona euro", advogou o secretário-geral do PS.
Perante os jornalistas, António Costa recusou também qualquer sintonia política entre o PS e o partido maioritário do Governo grego, o Syriza.
"Temos tido uma linha de coerência sobre o projecto europeu ao longo deste processo, fazendo uma avaliação negativa dos programas de ajustamento - e a Grécia é a ilustração dramática do fracasso dessa política -, mas o PS, como todos sabemos, não é o Syriza", acentuou.
Pelo contrário, o secretário-geral do PS defendeu a tese de que "cada partido e cada país têm os seus problemas e as suas escolhas próprias, que têm de ser respeitadas".
"Respeitamos a escolha do povo grego, assim como respeitamos as escolhas do povo alemão. Por isso, sempre dissemos que, numa Europa a 28 [Estados-membros] ninguém pode prometer resultados unilaterais. Temos de identificar quais os pontos de convergência dos interesses nacionais com o do interesse comum da Europa", advogou.
No domingo, em referendo, os gregos rejeitaram por ampla maioria (61,34 por cento) as propostas dos credores internacionais (instituições europeias e Fundo Monetário Internacional), agravando o clima de incerteza na zona euro.
Na sequência dos resultados do referendo, além da reunião de hoje entre Merkel e Hollande, está também agendada para terça-feira uma cimeira extraordinária da zona Euro, antecedida de uma reunião do Eurogrupo.
Costa não se revê nas declarações dos socialistas alemães
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
A escola é um espaço seguro, natural e cientificamente fundamentado para um diálogo sobre a sexualidade, a par de outros temas. E isto é especialmente essencial para milhares de jovens, para quem a escola é o sítio onde encontram a única oportunidade para abordarem múltiplos temas de forma construtiva.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.