"A crise, em grande parte esquecida, na RDC superou todas as demais crises em número de pessoas que se viram obrigadas a fugir de suas casas (...) incluindo a Síria ou as guerras brutais do Iémene" disse a directora do Conselho Norueguês para os Refugiados na República Democrática do Congo, Ulrika Blom.
Segundo os dados divulgados, mais de 922.000 pessoas fugiram de suas casas na República Democrática do Congo em 2016, o maior número a nível mundial de deslocados internos registado devido a conflitos, informou esta segunda-feira o Conselho Norueguês para os Refugiados.
Os conflitos prolongados do país já provocaram cerca de 2,2 milhões de deslocados internos e mais de 550.000 refugiados em países vizinhos, segundo os últimos dados registados pelo Conselho, que trabalha na zona. A ONU diz que desde Agosto de 2016, o número de deslocados no Congo mais que triplicou e já terá afectado 3,7 milhões de pessoas.
Os conflitos na Síria estiveram na origem de 824.000 refugiados internos e externos e os conflitos no Iraque originaram 659.000 movimentações forçadas.
"A crise na R.D. do Congo é a mais esquecida no mundo. Apesar de mais de sete milhões de pessoas necessitarem de ajuda, o financiamento internacional de 813 milhões de dólares é somente 20% do que se necessita", sublinhou Ulrika Blom.
A violência étnica no Congo, o segundo maior país de África, aumentou quando o presidente Joseph Kabila se recusou a abandonar a função, no fim do seu mandato.
Dezenas de grupos armados continuam a lutar por recursos naturais, atacando as populações locais.