Nie Shubin foi condenado aos 21 anos pela violação e morte de uma mulher em Shijiazhuang. Mas tudo mudou em 2005
Os pais de um chinês executado em 1995 por um crime que não cometeu, e declarado inocente este mês pela justiça, reclamam indemnizações de 13 milhões de yuan (1,9 milhões de euros), informou hoje a imprensa oficial.
Nie Shubin foi condenado aos 21 anos pela violação e morte de uma mulher em Shijiazhuang, capital da província de Hebei, em 1994.
De acordo com o jornalGlobal Times, os pais de Nie reclamam compensações separadas pela morte do filho, a privação de liberdade a que foi submetido e os danos psicológicos e custos legais que tiveram que suportar.
Os pais reclamam sobretudo pelos danos psicológicos que sofreram, durante mais de duas décadas, em que "foram alvo de burlas e vistos como os progenitores de um assassino e um violador", cita o jornal.
A família quer também que os tribunais de Hebei, que confina com Pequim, peçam desculpas publicamente, por terem danificado a reputação de Nie e dos seus pais.
Nie confessou o crime três dias após ter sido detido e sujeito a tortura e agressões, segundo admitiu agora o Tribunal Supremo Popular da China.
O caso foi reaberto em 2005, quando outra pessoa confessou ter cometido o crime pelo qual Nie foi condenado.
Organizações de defesa dos Direitos Humanos denunciam que a polícia chinesa continua a recorrer à tortura, como forma de obter confissões, num país onde a taxa de condenações dos tribunais é de 99,92%.
Em 2014, um tribunal chinês anunciou uma indemnização de dois milhões de yuan (265 mil euros) aos pais de um adolescente executado por erro da justiça pelos crimes de homicídio e violação 18 anos antes.
Na imagem acima, estão o pai e a irmã mais velha de Nie, a chorar depois de saberem que ele tinha sido inocentado.
China matou homem errado em 1994. Pais querem indemnização
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A condenação do CSMP assenta na ultrapassagem das limitações estatutárias quanto à duração dos mandatos e na ausência de fundamentos objetivos e transparentes nos critérios de avaliação, ferindo princípios essenciais de legalidade e boa administração.
A frustração gera ressentimento que, por sua vez, gera um individualismo que acharíamos extinto após a grande prova de interdependência que foi a pandemia da Covid-19.