Já arrancou o julgamento em que Rui Pinto responde por 241 crimes relacionados com o acesso a emails do Benfica e de outras entidades.
O criador do Football Leaks, Rui Pinto, remeteu-se hoje ao silêncio no arranque do julgamento no qual responde por 241 crimes relacionados com o acesso a emails do Benfica e de outras entidades.
António Cotrim/Lusa
No arranque do julgamento, o segundo relacionado com o processo Football Leaks, Rui Pinto, que está num programa de proteção de testemunhas, informou a juíza Tânia Loureiro Gomes de que não pretendia prestar declarações.
No Juízo Central Criminal de Lisboa, durante as exposições introdutórias, Rui Patrício, advogado do Benfica, classificou o arguido como "um pirata informático" e não um "whistle blower [denunciante]", considerando que este, adepto do FC Porto, agiu por interesses de natureza clubística.
"O arguido é um pirata informático, não existem factos que permitam qualificá-lo como um denunciante protegido. Os seus fins foram norteados por uma natureza clubística, nao foram fins de investigação, nem de justiça", referiu Rui Patrício, acrescentando: "Foi um assaltante, não de casas mas de domicílios informáticos".
Do lado da defesa, o advogado Francisco Teixeira Mota, considerou ter "havido vantagens para a sociedade" com as revelações feitas pelo arguido, lembrando o papel de Rui Pinto no caso Luanda Leaks,
"Queremos provar que as ações tiveram um aspeto positivo, que aquilo que fez teve vantagens para a sociedade" afirmou o advogado, classificando o arguido como um denunciante.
A defesa considerou ainda que o "processo é um absurdo", voltando a mostrar-se contra o julgamento dividido em processos diferentes, e alegando que a estratégia do Ministério Público é ilegal.
O julgamento, no qual Rui Pinto vai responder por um total de 241 crimes - 201 de acesso ilegítimo qualificado, 22 de violação de correspondência agravados e 18 de dano informático - prossegue na quarta-feira, às 09:30.
Além do Benfica, entre as figuras e instituições visadas encontram-se também outros clubes, Liga, empresas, sociedades de advogados, juízes, procuradores, Autoridade Tributária e Rede Nacional de Segurança Interna.
O criador do Football Leaks foi pronunciado para julgamento em março passado, com o Tribunal Central de Instrução Criminal a amnistiá-lo de 134 crimes de violação de correspondência, com base na aplicação da lei da amnistia aprovada em 2023, durante as Jornadas Mundiais da Juventude, uma vez que os crimes que são imputados foram alegadamente praticados antes de ter completado 30 anos.
Rui Pinto foi condenado no caso 'Football Leaks', em setembro de 2023, pelo Juízo Central Criminal de Lisboa, a quatro anos de prisão com pena suspensa, por crimes de extorsão na forma tentada, violação de correspondência agravado e acesso ilegítimo.
Em novembro de 2023, foi também condenado a seis meses de prisão em França, com pena suspensa, por aceder ilegalmente a emails do Paris Saint-Germain.
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