Lula da Silva foi condenado hoje por três juízes de um tribunal de segunda instância, na cidade de Porto Alegre e, segundo a lei eleitoral do país, a sentença pode tirá-lo da disputa eleitoral que acontece em Outubro.
No meio de milhares de pessoas que estavam no protesto iniciado logo após a confirmação da sentença contra Lula da Silva - organizado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), pelo partido dos Trabalhadores (PT) e por outros movimentos sindicais e sociais -, era visível o clima de mobilização nos discursos e cantos de apoio ao ex-presidente.
Para o músico César Lacerda, de 30 anos, a condenação de Lula da Silva mostra que o país vive um momento estranho.
"O Brasil está vivendo historicamente uma espécie de volta [à ditadura], é muito estranho que em 2018 estejamos vivendo novamente isto, com um golpe contra a democracia", disse.
O facto de Lula não poder concorrer nas eleições "demonstra que o país entrou em um estado de excepção e que deixamos a democracia para trás. A luta agora é para que ele possa concorrer", afirmou.
Já o metalúrgico Tiago Almeida Nascimento, 37 anos, criticou a decisão dos juízes do Tribunal de Regional Federal da 4ª Região (TRF4), que mantiveram a condenação do ex-presidente e aumentaram sua pena de 9 anos e meio para 12 anos e um mês de prisão.
"A manutenção da sentença é ridícula, condena-se um candidato legítimo para as próximas eleições sem provas enquanto muitos corruptos estão soltos por aí", acusou o apoiante, mostrando-se confiante na candidatura do ex-líder do PT.
"Ele vai ser candidato, com ou sem a anuência do tribunal ele é o candidato do povo, é o candidato legítimo da população". Agora, "se ele vai conseguir assumir a presidência é uma outra história, mas que ele vai ser o candidato do povo e vai ser eleito eu não tenho dúvidas", acrescentou.
Liane Rossi, reformada de 55 anos, considera que o julgamento não foi consistente e que o ex-presidente foi vítima de um novo golpe.
"O resultado do julgamento é um novo golpe para impedir a candidatura do ex-presidente Lula que é a única pessoa que tem condições de restaurar a democracia no país", destacou.
A comerciante Gilnete Ferreira acrescentou que a condenação já havia sido determinada antes mesmo do julgamento começar e criticou a corrupção generalizada no Brasil.
"Existem malas de dinheiro correndo soltas por aí, porquê só ele [Lula da Silva] vai ser preso?" - questionou.