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Alegado responsável por morte de jornalista eslovaco condenado a prisão por fraude

27 de fevereiro de 2020 às 14:57
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O assassínio de Kuciak e da sua namorada em 2018 originou importantes manifestações de rua que implicaram a demissão do primeiro-ministro Robert Fico.

O empresário eslovaco Marian Kocner, acusado de ter ordenado em 2018 a morte do jornalista de investigaçãoJan Kuciak, foi hoje condenado a 19 anos de prisão num outro caso, uma fraude que ascende a 69 milhões de euros.

A investigação sobre a morte de Kuciak, que se centrou na corrupção entre a elite política eslovaca, também revelou as estreitas ligações entre Kocner, um dos alvos do jornalista assassinado, e altos responsáveis do Direção Social-democracia (Smer-SD), o partido populista no poder.

O veredicto contra Kocner, transmitido pelos 'media' eslovacos, surge a dois dias das eleições legislativas na Eslováquia e onde o partido anticorrupção Pessoas comuns e personalidades independentes (OLaNO, populista conservador) do antigo patrão dos 'media', Igor Matovic, surge como um dos potenciais vencedores.

O assassínio de Kuciak e da sua namorada em 2018 originou importantes manifestações de rua que implicaram a demissão do primeiro-ministro Robert Fico.

O antigo ministro da Economia Pavol Rusko, um ex-coproprietário da televisão privada Markíza, foi condenado à mesma sentença que Kocner por esta fraude que, segundo a acusação, pretendia extorquir 69 milhões de euros ao atual proprietário da cadeia televisiva eslovena, a sociedade norte-americana CME.

Os dois homens foram acusados de terem assinado quatro cheques simulando que tinham sido assinados por Rusko em 2000, e relacionados com a resolução de um conflito sobre negócios da empresa televisiva, e que segundo os peritos foram assinados em 2013 ou mais tarde.

"É um bom dia para a justiça na Eslováquia", declarou aos jornalistas o advogado da CME, Daniel Lipsic.

"Que seja aplicada aos que se julgam acima da lei", defendeu.

Rusko foi coproprietário da estação televisiva Markíza entre 1995 e 2000. De seguida, iniciou uma carreira política e foi ministro da Economia entre 2003 e 2005.

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