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Casos de 'bullying' em contexto escolar aumentaram 37% no último ano letivo

Lusa 20 de outubro de 2022 às 07:19

A PSP explica que há um aumento do número total de ocorrências depois do período de atividades não presenciais causado pela covid-19, no entanto registou-se "um decréscimo no número de ocorrências registadas em contexto escolar relativamente ao ano letivo de 2018/2019, último antes da pandemia".

As situações de 'bullying' em contexto escolar aumentaram 37% em 2021/22, tendo a PSP registado 2.847 ocorrências criminais com as injúrias e ameaças a atingiram o valor mais elevado dos últimos nove anos letivos, revelam dados daquela polícia.

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Por ocasião do Dia Mundial do Combate ao Bullying, que se assinala esta quinta-feira, a Polícia de Segurança Pública avança que no último ano letivo registou 2.847 ocorrências criminais de situações de 'bullying' em contexto escolar, 1.169 das quais por agressões e 752 por injúrias e ameaças.

Em relação ao ano letivo 2020/2021, marcado pela pandemia, as situações de 'bullying' em contexto escolar aumentaram 37%, mais 783 casos, tendo também subido as agressões (mais 418) e as injúrias e ameaças (208).

Desde 2013/2014 que foi no último ano letivo que se registaram mais queixas por injúrias e agressões, depois de 2018/2019 (721) e 2015/2016 (665).

A PSP explica que há um aumento do número total de ocorrências depois do período de atividades não presenciais causado pela covid-19, no entanto registou-se "um decréscimo no número de ocorrências registadas em contexto escolar relativamente ao ano letivo de 2018/2019, último antes da pandemia".

No ano letivo 2018/2019, a PSP registou 3.079 ocorrências criminais em contexto escolar, 1.151 das quais por agressões e 721 por injúrias e agressões.

"Acreditamos que a forte aposta concretizada nas ações de informação e sensibilização e contactos individuais, a qual que se irá manter no presente ano letivo, contribuirá juntamente com outras condições para contrariar esta inversão da tendência de decréscimo que se verificava de forma consistente desde o ano letivo 2013/2014", refere a PSP.

Relativamente à caracterização das vítimas e suspeitos das agressões referenciados no contexto dos 2.847 crimes reportados pelos polícias no âmbito do Programa Escola Segura no ano letivo 2021/2022, a faixa etária com maior preponderância de vítimas é dos 12 aos 15 anos e são em maior número rapazes.

A PSP refere também que no último ano letivo realizou "uma forte aposta" na abordagem desta temática, com 6.250 ações de sensibilização realizadas sobre bullying/ciberbullying, alcançando mais de 106.200 alunos.

Para assinalar o Dia Mundial do Combate ao Bullying, a PSP está realizar desde o dia 10 de outubro e até sexta-feira a operação "Bullying é para fracos" dirigida às escolas do primeiro ao terceiro ciclo e ensino secundário, abarcando crianças e jovens dos seis aos 18 anos de idade.

Segundo esta força de segurança, o Dia Mundial do Combate ao Bullying constitui-se como "um alerta internacional para o problema do 'bullying' com o qual muitos jovens convivem diariamente e que é suscetível de interferir, de forma negativa e com grande impacto também a longo prazo, no seu crescimento, físico, emocional e psicológico".

A operação tem como objetivos "aumentar o conhecimento sobre este fenómeno, capacitando a deteção precoce", "fazer crescer o sentimento de intolerância e de rejeição para com as práticas de bullying" e "incrementar a confiança nas capacidades da PSP e dos demais parceiros neste contexto para intervir e lidar eficazmente com o problema".

Pretende ainda promover a atenção dos pais, educadores e outras testemunhas, aumentando a confiança na denúncia aos polícias da Escola Segura como forma de desencadear a resolução desta problemática.

No comunicado, a PSP emite ainda alguns conselhos sobre as situações de 'bullying', nomeadamente sinais que podem ser detetados em vítimas, como cortes, hematomas, dores de cabeça ou barriga, comportamentos de isolamento e desinteresse pelos amigos e escola.

Para as vítimas de 'bullying', a PSP aconselha para que não resolva o problema sozinho, não responda à violência com mais violência e denuncie a situação a pessoa de confiança, como amigo, família, escola ou polícia, além de evitar reagir com agressividade, pedir explicações aos agressores e culpabilizar os restantes alunos ou o pessoal docente.

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