Secções
Entrar

PS recorre ao Constitucional contra privatizações do Metro e Carris

06 de abril de 2015 às 13:03

Socialistas entregaram no Tribunal Constitucional o pedido de fiscalização sucessiva da constitucionalidade da concessão do Metro e da Carris

O PS alega que o Governo violou o princípio da reserva relativa de competência legislativa do Parlamento e também reduziu de forma injustificada as competências da autarquia nos diplomas referentes à concessão dos transportes públicos de Lisboa.

 

Estes são os dois principais fundamentos invocados pelos deputados socialistas subscritores do requerimento entregue esta segunda-feira no Tribunal Constitucional para a fiscalização sucessiva da constitucionalidade dos diplomas do Governo para a concessão da Carris e do Metro de Lisboa.

 

De acordo com o coordenador da bancada socialista para os assuntos económicos, Rui Paulo Figueiredo, o requerimento para a fiscalização sucessiva da constitucionalidade tem mais de 30 assinaturas de deputados, "todos do PS".

 

"Consideramos que o Governo violou o princípio da reserva relativa de competência legislativa, legislando sem ter autorização legislativa da Assembleia da República. Ao mesmo tempo, o Governo violou o princípio [constitucional] que proíbe uma redução injustificada das atribuições e competências das autarquias locais", advogou Rui Paulo Figueiredo.
 

Ou seja, segundo Rui Paulo Figueiredo, o PS entende que a legislação "é clara" e, portanto, "esgotadas todas as tentativas de diálogo, sempre com o Governo a fechar a porta, resta recorrer aos mecanismos jurídicos".

 

Em conferência de imprensa, Rui Paulo Figueiredo, defendeu que a Câmara Municipal de Lisboa tem atribuições e competências inequívocas em matéria de transportes.

 

"Perante os diplomas do Governo, o PS já tinha requerido a apreciação parlamentar. O Governo legisla mal, tem uma obsessão privatizadora, não escuta os partidos da oposição e não dialoga com as autarquias. Aliás, a Câmara Municipal de Lisboa já anunciou que vai impugnar os concursos" para a concessão do Metro e da Carris, advertiu também o dirigente socialista.

 

Ainda de acordo com Rui Paulo Figueiredo, "de forma ilegítima, o Governo está a aproveitar os últimos meses do seu mandato para acelerar os processos de privatização".

 

"Está a lançar o caos no sector dos transportes, com graves consequências em termos de mobilidade. Por isso, estamos a assistir a sucessivas greves e contestações", referiu numa alusão às paralisações na CP e em outras empresas públicas de transportes.

 

"O primeiro-ministro tem de parar para pensar, tem de abdicar das suas obsessões ideológicas e tem de sentar-se à mesa para resolver os problemas. Respeitamos a autonomia do movimento sindical e entendemos que grande parte da responsabilidade daquilo que está a acontecer é do Governo", declarou Rui Paulo Figueiredo, depois de interrogado sobre a forma como o PS está a encarar as greves nos sectores dos transportes.

Rui Paulo Figueiredo defendeu ainda que não tem sentido que o Governo esteja a pretender passar competências para as autarquias, quer ao nível municipal, quer intermunicipal, "mas ao mesmo tempo faça um compasso de espera, e primeiro tudo privatize e tudo concessione".

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela