Entrar

Projetos de lei do PSD e IL para revisão da lei dos TVDE baixaram à comissão de Economia

Lusa 24 de janeiro de 2025 às 16:59

Os projetos de lei do PSD e da IL para alteração ao regime jurídico da atividade dos TVDE baixaram esta sexta-feira à comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação sem votação na generalidade.

Já os projetos de lei do Chega e PCP, igualmente para alterações à lei que rege os Transportes em Veículos Descaracterizados a partir de Plataforma Eletrónica (TVDE), foram recusados.

Vitor Mota/ Medialivre

O documento do Chega foi rejeitado com votos contra do PS, IL, BE e Livre e a abstenção do PSD, PCP, CDS-PP e PAN, enquanto o projeto de lei do PCP foi recusado com votos contra do PSD, PS, Chega, IL, CDS-PP, PAN e deputado não inscrito, Miguel Arruda.

Em votação hoje na generalidade, sobre a mesma matéria, estavam também projetos de resolução, sem força de lei, do PSD, CDS-PP e BE, tendo este último sido recusado, com votos contra do PSD, PS, IL e CDS-PP e a abstenção do Chega e do deputado não inscrito.

No entanto, os projetos de resolução do PSD e CDS-PP foram aprovados e baixaram à comissão de Economia, o primeiro com votos contra do PS, BE, PCP e Livre e abstenção da IL e o do CDS-PP com votos contra do PS e abstenção do BE, PCP, Livre, IL e PAN.

Os partidos com assento parlamentar defenderam hoje no parlamento uma revisão legislativa sobre os TVDE, exceto o PS, que propôs alterações à lei.

PSD, CDS e Chega pediram que se garanta que os motoristas falam português e PCP e BE que se suspenda a emissão de novas licenças.

A legislação publicada em agosto de 2018 relativa aos TVDE previa que fosse avaliada três anos após a sua entrada em vigor, após um relatório do Instituto da Mobilidade e do Transporte, que foi tornado público no final de 2022, e de um parecer da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) com propostas de alteração à lei, mas nada avançou.

Hoje foi dado um primeiro passo para a revisão da lei 45/2018, com o PS a ser o único partido a opor-se a uma revisão da legislação, tendo o deputado João Torres explicado que este não é o "momento adequado" para o fazer, uma vez que foi publicada uma portaria em dezembro que "altera substancialmente" o processo de certificação dos motoristas e cujos impactos ainda não puderam ser avaliados.

Ainda assim, o PS manifestou-se disponível para discutir o processo em especialidade e, relativamente à questão de obrigar os motoristas a falar português, João Torres disse não se opor por princípio, mas advertiu que já "há uma lei de defesa de consumidor, um regime de cláusulas contratuais gerais".

O domínio da língua portuguesa por parte dos motoristas tem sido uma das bandeiras do Chega, tendo o deputado Carlos Barbosa defendido hoje em plenário que a lei não se pode manter "com as lacunas atuais", que deixam o setor "numa bandalheira".

"Não podemos continuar com grupos de interesse que trazem membros de outros países, muitos deles desconhecem a nossa legislação. Não sabemos se têm carta devida para efetuar o seu trabalho, não são obrigados a falar português", criticou, pedindo que se encontre "uma solução decente" tanto para os motoristas como para os utilizadores.

O PSD defende no seu projeto de lei a possibilidade de os utilizadores escolherem, através de um filtro de procura do serviço, a língua falada pelo motorista, "incluindo sempre o português como opção".

A unir os partidos está a urgência na revisão da lei 45/2018, com o PCP a defender a suspensão de atribuição de licenças TVDE até à conclusão do processo de avaliação e revisão do regime legal vigente, mas o seu projeto-lei foi reprovado.

O Chega propõe que os valores das tarifas sejam fixados livremente entre as partes, "tendo em conta o custo por minuto, o custo por quilómetro e a circunstância de se tratar ou não de trabalho noturno, fins de semana e feriados, sendo que, nestes casos específicos, se deve considerar a atribuição de um acréscimo percentual de 25%".

Nesta matéria, os sociais-democratas pretendem a eliminação de limites à tarifa dinâmica e a IL defende tarifas dinâmicas e a possibilidade de os motoristas se inscreverem na plataforma do IMT sem qualquer intermediação.

À semelhança do Chega e do PSD, também a IL propõe que os veículos TVDE devem poder beneficiar do uso de publicidade para financiar as operações.

Para o Chega, as empresas que desenvolvam atividade de transporte em táxi não podem simultaneamente desenvolver serviços TVDE. O seu projeto-lei prevê a colocação de publicidade no interior e exterior do veículo, tal como nos táxis.

Em sentido contrário, o PSD considera que o serviço TVDE poderá ser realizado por empresas de táxi, aplicando-se a estas a regulação TVDE.

A primeira alteração àquela que também ficou conhecida como "lei Uber", em dezembro passado, estabelece normas para a obtenção e renovação do certificado de motorista e garantindo o conhecimento das regras da atividade e "competências para conduzirem de forma segura".

Artigos Relacionados
Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela