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Pinto da Costa: Sem nada de anormal, "o FC Porto será campeão"

13 de dezembro de 2016 às 12:56

Presidente do FC Porto negou que filho tenha recebido comissões ilegais, defendeu que os "dragões" não estão em primeiro por factores extra-futebol e não respondeu quando abandona a presidência dos "azuis e brancos"

O presidente do FC Porto, Pinto da Costa, negou que o filho Alexandre tenha recebido qualquer comissão por parte dos "dragões". Segundo documentos revelados pelo Football Leaks, a empresa Energy Soccer de Alexandre Pinto da Costa recebeu comissões irregulares no valor de 430 mil euros.

"Se recebeu, não foi do FC Porto. Se recebeu comissões de jogadores, e parece que referiram o Rolando, não foi do FC Porto. O Rolando era um peso morto que ninguém queria no clube. Não conseguiam colocá-lo. A empresa de que o Alexandre era sócio colocou o Rolando. Além de o FC Porto ter deixado de pagar um milhão de euros de salário, ainda recebeu mais um milhão. Se ele recebeu de outros, não me interessa nada. Era um jogador que estava a mais", disse o líder dos "azuis e brancos" em declarações ao Jornal de Notícias.


Pinto da Costa falou ainda a mais recente promessa do futebol portista, Rui Pedro, para explicar o trabalho desenvolvido pelo filho. Segundo o presidente do FC Porto, foi graças a Alexandre
Pinto da Costa que o jogador continuou ao Dragão. "O Rui Pedro só está no FC Porto em virtude da empresa onde Alexandre Pinto da Costa era sócio. O jogador, aos 14 anos, queria um emprego para o pai, que é uma pessoa séria e que estava à procura de trabalho. Ele não queria dinheiro, queria trabalho. Essa era condição para continuar no clube. O Alexandre falou-me nisso e falei com o meu amigo Américo Amorim, que está ligado ao negócio das cortiças. O problema ficou resolvido e hoje ele joga na equipa principal. Agora eu pergunto: devia ter deixado o Rui Pedro ir embora só porque o Alexandre é meu filho? Só na cabeça de um maluco", afirmou ainda.

 

"Não estamos em primeiro por factores extra-futebol"
O líder do clube das Antas defendeu, ainda, que "se tudo correr dentro da normalidade, o FC Porto será campeão". "Acho que é notório que [o FC Porto] já se reergueu. Quando eu disse essa frase, 'bateu no fundo', não queria dizer propriamente isso. Para nós, bater no fundo é estar fora do topo. Naturalmente que, depois de tudo o que aconteceu nas primeiras jornadas, com a eliminação do FC Porto da Taça, estar em segundo lugar, que não é o que queremos, e estar na 'Champions', tenho de considerar que estamos muito mais perto do topo. Quando há outros que estão em grandes momentos e não estão em provas europeias, o que podemos dizer de nós? Não estamos em primeiro por factores extra-futebol", acrescentou.

 

O tema das arbitragens voltou a estar em destaque no discurso de Pinto da Costa, que considerou ainda ser muito cedo para classificar o trabalho de José Gomes à frente do conselho de arbitragem. "O FC Porto precisa que as arbitragens estejam à altura daquilo que desejamos para a verdade desportiva. Eu acho que ainda é muito cedo para fazer uma análise. Não se pode, ao fim de 10 jogos, analisar o trabalho de um conselho de arbitragem", admitiu ainda.


O presidente do FC Porto mostrou-se confiante em relação à continuidade na Champions e disse que o azar calhou à Juventus, adversário dos "dragões" nos oitavos de final da Liga dos Campeões. "Quando esta equipa não tinha a experiência que tem hoje e saiu a Roma [pré-eliminatória da 'Champions'], eu disse: 'coitada da Roma'. Na altura, todos se riram. Nós fomos lá e vencemos por 3-0. A Juventus não teve sorte no sorteio", disse
Pinto da Costa.

 
"Existem coisas que ainda gostava de fazer"

 A relação com Antero Henrique, após a saída deste último do FC Porto, foi também abordada na entrevista e na qual Pinto da Costa garantiu não haver qualquer problema.

 

"Ainda hoje mantenho excelentes relações com o Antero. O que me disse quando saiu? Tem que lhe perguntar a ele. O que ele me disse não vou revelar. A relação não esfriou nada e a prova é que ele continua na Liga como representante do FC Porto", esclareceu Pinto da Costa, que falou ainda da sucessão na presidência dos "dragões".

 

"O FC Porto tem 50 mil sócios em condições de se candidatarem. Se este é o meu último mandato? Já esteve para ser tantas vezes... Não sabemos se amanhã somos vivos. Quando assumi a presidência do FC Porto, prometi que daria sempre o meu melhor pelo FC Porto. Existem coisas que ainda gostava de fazer, como um centro de treinos para os jovens. O futuro do clube tem de passar cada vez mais pela formação. Tem o Rúben Neves, o Rui Pedro... Tem de ter jogadores desses. Não se pode construir uma equipa de juniores ou B à base de nigerianos. Era importante ter um grande centro de formação para jovens. Estamos em conversações com a Câmara da Maia. É um desejo que temos e penso que era importante", finalizou.

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