Secções
Entrar

Operação Marquês: Ministério Público tem até julho para apresentar recurso

26 de maio de 2021 às 13:43

Juiz Ivo Rosa decidiu levar a julgamento cinco dos 28 arguidos, retirando, contudo, alguns dos crimes de que estavam acusados, nomeadamente corrupção.

O Ministério Público tem até julho para recorrer da decisão instrutória da Operação Marquês, após o juiz Ivo Rosa ter aceitado prolongar o prazo de recurso por 120 dias, disse à Lusa fonte ligada ao processo.

O Ministério Público pode agora contestar até julho a decisão do juiz Ivo Rosa, conhecida a 9 de abril, durante a qual teceu várias críticas à acusação, tendo deliberado levar a julgamento cinco dos 28 arguidos, retirando, contudo, alguns dos crimes de que estavam acusados, nomeadamente corrupção.

José Sócrates, acusado de 31 ilícitos, vai a julgamento por três crimes de branqueamento de capitais e três de falsificação de documentos, os mesmos pelos quais o seu amigo e empresário Carlos Santos Silva.

O antigo banqueiro Ricardo Salgado foi pronunciado por três crimes de abuso de confiança e o ex-administrador da CGD Armando Vara por branqueamento, tendo o juiz decidido que serão julgados em separado do processo principal.

O juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) ilibou, entre outros, os ex-líderes da PT Zeinal Bava e Henrique Granadeiro, o empresário Helder Bataglia e o ex-administrador do Grupo Lena Joaquim Barroca.

Dos 189 crimes constantes na acusação, só 17 serão julgados, razão pela qual o MP pretende reverter a situação através de recurso para o Tribunal da Relação de Lisboa, tendo até julho para entregar a sua fundamentação contra a decisão instrutória.

Entretanto, a defesa de Ricardo Salgado já contestou o julgamento autónomo do ex-banqueiro, que deverá começar a 07 de junho, encontrando-se a decorrer o prazo para o MP se pronunciar.

Segundo a acusação, José Sócrates recebeu 34 milhões de euros, entre 2006 e 2015, a troco de favorecimento de interesses de Ricardo Salgado no Grupo Espírito Santo (GES) e na Portugal Telecom (PT), bem como a garantia de concessão de financiamentos pela Caixa Geral de Depósitos à Vale de Lobo e favorecimento de negócios do Grupo Lena.

Sócrates estava acusado de corrupção passiva de titular de cargo político, branqueamento de capitais, falsificação de documentos e três de fraude fiscal qualificada e Carlos Santos Silva por corrupção passiva de titular de cargo político, corrupção ativa de titular de cargo político, branqueamento de capitais, falsificação de documento, fraude fiscal e fraude fiscal qualificada.

Ricardo Salgado estava acusado de corrupção ativa de titular de cargo político, corrupção ativa, branqueamento de capitais, abuso de confiança, falsificação de documento e fraude fiscal qualificada.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela