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Ferro Rodrigues defende que Portugal vive dias novos de convergência

02 de abril de 2016 às 19:34

O presidente da Assembleia da República evocou hoje a aprovação da Constituição há 40 anos, sustentando que o país, tal como em 1976, vive agora "dias novos de convergência" e de "coesão"

O presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, evocou hoje a aprovação da Constituição há 40 anos, sustentando que o país, tal como em 1976, vive agora "dias novos de convergência" e de "coesão".

Ferro Rodrigues falava no final do almoço de homenagem à aprovação há 40 anos da Constituição da República, iniciativa que juntou no Palácio de Belém um grupo de deputados da Assembleia Constituinte e o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, também ele deputado constituinte.

"Vivemos dias novos de convergência, dias de coesão e de possibilidade dessa convergência e coesão poderem ainda alargar-se no futuro", sustentou o antigo secretário-geral do PS e actual presidente do parlamento.

Perante os jornalistas, Ferro Rodrigues caracterizou o almoço como "muito agradável, simpático e muito plural, representando o pluralismo de 1976 e o pluralismo actual".

"Na realidade, verificou-se uma convergência total das pessoas aqui presentes para defender o interesse do país e fazer da Constituição um instrumento de desenvolvimento democrático", afirmou.

"A Assembleia Constituinte demonstrou a possibilidade de diferentes gerações de deputados, de quadrantes ideológicos distintos, superarem as dificuldades após um processo revolucionário muito agudo, chegando a um texto comum. Sem dúvida que a situação de hoje é melhor do que há 40 anos e há todas as condições e vontade política de muita gente para que novas convergências se possam fazer", sustentou o presidente da Assembleia da República perante os jornalistas.

Já no discurso que leu durante o almoço, que decorreu à porta fechada, o presidente da Assembleia da República defendeu que "há 40 anos foi possível ver deputados constituintes com visões do país e do mundo muito diferentes a contribuírem e a convergirem para aquilo que era essencial: O programa de desenvolvimento democrático que é a Constituição da República Portuguesa".

"Ao longo de 40 anos de democracia, a par da divergência própria do confronto democrático, tivemos momentos de convergência estratégica, em muitas áreas, da política social à política externa. Julgo que o segredo da institucionalização da democracia, os resultados e os progressos da democracia, tudo isso se deve muito a esse recorrente espírito de compromisso patriótico, de lealdade institucional e de adesão aos valores constitucionais que foi possível manter ao longo do tempo - e que contrasta com a experiência da I República", sustentou ainda Ferro Rodrigues, num discurso ao qual a agência Lusa teve acesso.

Ferro Rodrigues fez também questão de referir que o parlamento iniciou na passada quinta-feira as comemorações dos 40 anos da aprovação da Constituição, atribuindo aos constituintes o título de deputados honorários - título que lhes será entregue no próximo dia 14.

"Teremos mais homenagens aos [deputados] constituintes, lançámos hoje a distribuição de 100 mil exemplares da Constituição e promoveremos o debate sobre os fundamentos constitucionais das políticas públicas e as dimensões essenciais da Constituição já a partir do mês de maio. A Cultura também estará presente, ao longo do ano, com uma exposição, uma peça de teatro e iniciativas nas escolas", acrescentou o presidente da Assembleia da República

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