Costa "não mentiu" sobre Escola Alexandre Herculano
Primeiro-ministro disse que obras na escola foram anuladas pelo Governo de Passos Coelho. PSD acusou primeiro-ministro de mentir. Gabinete do Executivo rebateu acusações
O gabinete do primeiro-ministro assegurou esta sexta-feira que António Costa "não mentiu no Parlamento" sobre a Escola Alexandre Herculano, contrariando a versão do PSD segundo a qual o anterior Governo "garantiu as condições" para as obras de requalificação."O primeiro-ministro não mentiu no Parlamento como escreve falsamente em comunicado o PSD", indica o gabinete em nota escrita enviada àLusa, em resposta às acusações hoje feitas pelo grupo parlamentar do PSD, que acusou António Costa de "mentir" no Parlamento.
Em causa estão declarações de António Costa no debate quinzenal na Assembleia da República, quando o primeiro-ministro falou sobre o encerramento daquela escola secundária na quinta-feira, por chover em várias das salas de aula. No Parlamento, o chefe de Governo disse que a Alexandre Herculano é uma das 39 escolas cujas obras estavam adjudicadas em 2011 "e que foi anulada quando o doutor Pedro Passos Coelho chegou ao Governo".
Em comunicado, o grupo parlamentar laranja alegou que "as declarações do senhor primeiro-ministro são falsas e assegurou que "o anterior Governo garantiu as condições para a realização da obra, através de fundos comunitários", tendo o executivo PSD/CDS-PP reservado para tal "seis milhões de euros, assumindo o Governo 15% desta verba".
Em resposta, o gabinete do primeiro-ministro recordou uma carta que foi endereçada à Parque Escolar em 30 de Agosto de 2011 pelo Governo anterior, ma qual são deixadas "orientações sobre a assunção de compromissos financeiros" perante o então "contexto de extrema contenção de despesa pública".
No documento, assinado pelo então chefe de gabinete do ministro da Educação e da Ciência Vasco Lynce de Faria é escrito que "até orientações em contrário (...) não podem ser iniciados quaisquer novos procedimentos de formação de contratos de empreitada, nem contratos complementares".
Numa listagem da própria Parque Escolar, de Setembro de 2011, endereçada pelo Gabinete do primeiro-ministro, constam como "pendentes" as obras na Escola Secundária Alexandre Herculano, no Porto, com valor estimado em 15,8 milhões de euros.
Num comunicado emitido esta quinta-feira, horas depois da decisão do director de encerrar a escola por chover dentro de várias salas de aula, a Câmara do Porto esclareceu que "quaisquer obras" naquele estabelecimento de ensino "são da exclusiva responsabilidade do Estado central e não da autarquia", apesar de esta se ter disponibilizado para cofinanciar a intervenção.
A Escola Secundária Alexandre Herculano foi encerrada na quinta-feira pelo respectivo director por "chover em várias salas", tendo então Manuel Lima assegurado que os alunos só regressariam quando existissem garantias de que podem circular "sem qualquer possibilidade de lhes cair um bocado de tecto em cima".
Já hoje, após uma com a Direcção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE), o director comunicou que o liceu reabre na quarta-feira com 600 alunos dos 9º, 10º, 11º, 12º anos e horário nocturno, sendo os restantes 300 estudantes dos 7.º e 8.º anos deslocados para a Escola Ramalho Ortigão.
De acordo com Manuel Lima, a partir da próxima semana a escola vai sofrer "pequenas intervenções" que viabilizarão esta solução provisória, tendo-se a tutela comprometido a fazer uma efetiva intervenção na escola até 2020, que garante estar já mapeada no programa Norte 2020, com um valor orçamentado de seis milhões de euros.
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