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Costa: "É essencial podermos mudar este Governo"

16 de julho de 2015 às 16:13

O secretário-geral do PS voltou a criticar o atraso de um ano e sete meses no actual quadro comunitário de apoio

O secretário-geral do PS, António Costa, considerou esta quinta-feira que a descentralização deve ser "a verdadeira pedra angular da reforma do Estado", comprometendo-se a resolver o problema, entre Governo e autarcas, nas águas, transportes públicos e fundos comunitários.

 

António Costa começou o dia reunindo-se com o presidente da Câmara do Porto, o independente Rui Moreira, mas foi depois em Matosinhos que se viveu um momento já de campanha eleitoral, com uma arruada pelas ruas do concelho, com bombos e agitar de bandeiras socialistas, momento que uniu diferentes facções do PS e independentes ex-socialistas - incluindo o presidente Guilherme Pinto - e antecedeu um almoço com pescadores a bordo de um barco.

 

Na Câmara do Porto e depois de se ter despedido de Rui Moreira - que quarta-feira recebeu o primeiro-ministro para assinar um acordo entre Governo e autarquia - António Costa falou aos jornalistas e defendeu ser preciso ver "a descentralização como a verdadeira pedra angular da reforma do Estado".

 

"Temos que aproveitar este momento para transformar as atuais comissões de coordenação e desenvolvimento regional não em delegações do Governo mas em entidades que estão ao serviço das próprias regiões e por isso devem ser eleitos e responder perante os autarcas das regiões", defendeu.

 

Interrogado sobre a situação da Grécia, o líder socialista escusou-se a fazer grandes comentários considerando que é preciso "unir a Europa e pacificar a situação na Grécia", mas realçou a necessidade de nos concentrarmos nos "nossos próprios problemas".

 

"Ninguém tem dúvidas que os nossos problemas passam também pela Grécia mas os nossos problemas infelizmente centram-se muito em Portugal. E um dos grandes problemas que nós temos no país é este Governo e é por isso que é essencial podermos mudar este Governo e podermos resolver problemas como o das águas, dos transportes públicos, da gestão dos fundos comunitários, o problema da descentralização", reiterou.

 

António Costa foi peremptório: "São problemas fundamentais que temos que resolver, que temos de enfrentar e felizmente creio que aqui haverá excelentes condições para que logo no início do meu Governo possamos ultrapassar o conjunto destes problemas".

 

O secretário-geral do PS voltou a criticar o atraso de um ano e sete meses no actual quadro comunitário de apoio, condenando que "o conflito que se vai arrastando entre os municípios e o Governo, entre os municípios e as CCDR tem vindo a impedir a injecção na economia portuguesa de 21 mil milhões de euros".

 

"Naturalmente estou muito satisfeito que tenha sido possível ao Porto resolver um problema que há três anos pude resolver como presidente da Câmara de Lisboa e ainda fico mais satisfeito de pelo menos haver um problema que o actual primeiro-ministro não deixa por resolver para o meu Governo", respondeu quando questionado sobre o acordo entre a Câmara do Porto e o Governo.

 

Depois de uma audiência com o Bispo do Porto, António Costa seguiu para um antigo bastião socialista - nas autárquicas de 2013 o PS perdeu a Câmara de Matosinhos uma vez que o presidente saiu do partido e venceu as eleições como independente - e percorreu algumas ruas de Matosinhos em ambiente de campanha.

 

Rodeado por bandeiras do PS e ao som de bombos, António Costa cumprimentou e acenou a transeuntes e comerciantes, momento que uniu as várias facções de um partido tradicionalmente divido e para o qual a concelhia do PS/Matosinhos convidou não só o independente Guilherme Pinto como o antecessor Narciso Miranda, que de acordo com o líder da estrutura não esteve presente por estar fora do país.

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