Secções
Entrar

Centenas de pessoas marcharam no Porto e em Lisboa em defesa do clima

29 de abril de 2017 às 18:13

Centena e meia de pessoas aderiram à Marcha Mundial do Clima, exigindo o fim das concessões de prospecção e exploração de gás e petróleo na costa portuguesa


Centena e meia de pessoas aderiram esta tarde, no Porto, à Marcha Mundial do Clima, exigindo o fim das concessões de prospeção e exploração de gás e petróleo na costa portuguesa e uma "resposta séria" às alterações climáticas.

1 de 7
Foto: EPA
Foto: EPA
Foto: EPA
Foto: EPA
Foto: EPA
Foto: EPA
Foto: EPA

"Vamos salvar o clima ou vamos ficar à espera?", "Mudar o sistema, não o clima", "Não ao furo, sim ao futuro" e "Empregos com dignidade, para o clima e a sociedade" eram alguns dosslogans constantes dos cartazes empunhados pelos participantes, que ao princípio da tarde se concentraram na avenida dos Aliados e seguiram, depois, em marcha até à praça da Ribeira.

Em declarações à agência Lusa, Paula Sequeiros, da organização Coletivo Clima, um dos vários grupos promotores da marcha, alertou para a "contradição" do Governo português ao "assumir compromissos com as cimeiras do clima, dizendo que se comprometia a baixar as emissões de gases de efeito de estufa", ao mesmo tempo que autorizava concessões de explorações de gás e petróleo em Portugal.

"Isto não é compatível. É completamente impossível atingir esses objectivos se as concessões de exploração de gás e de petróleo não pararem de imediato. Não queremos ver nenhuma concessão, nem em terra, nem no mar", sustentou.

Salientando que "a espécie humana em particular não sobrevive a uma economia predadora do carbono, baseada no petróleo, gás e carvão", Paula Sequeiros diz ter chegado "o tempo de se começar a trabalhar activamente para a utilização das energias alternativas".

"Vamos ter, inevitavelmente, de criar uma nova economia para podermos sobreviver. As alterações climáticas já são uma realidade e as nossas respostas e as respostas que o Governo tem de dar também têm de ser imediatas. Já estamos atrasados", afirmou.

Para a Coletivo Clima, suspensas que foram já seis concessões de exploração de petróleo e gás no Algarve, impõe-se agora "parar o furo de Aljezur, que estava programado para iniciar a exploração já durante o mês de abril".

Apesar de o tema central escolhido pela organização da marcha em Portugal ser a reivindicação da travagem da prospecção na costa de Aljezur e do fim dos contratos para exploração de hidrocarbonetos no país, participaram também na iniciativa do Porto um movimento cívico de Ponte de Lima que luta contra a construção que dizem ser "ilegal" de uma central de betuminosos na região e um grupo de Ovar preocupado com a subida do nível médio das águas do mar, devido ao aumento da temperatura global.

"É um dever como cidadãos, só temos um planeta e todos temos de lutar pela alteração de políticas", considerou a militante do PAN Raquel Pinheiro, de 23 anos.

Já Irina Duarte, de 32 anos, residente em Lisboa, mas a fazer um mestrado no Porto, soube da marcha pelas redes sociais e fez questão de participar, porque "é urgente criar alternativas de sustentabilidade e novas formas de viver", já que as actuais "não são sustentáveis".

"A realidade ainda está muito camuflada, muitas pessoas, ou não têm interesse ou não querem ver o que se está a passar, mas é importante cada vez mais as pessoas tomarem conhecimento de factos de que muitos não se apercebem no dia-a-dia", considerou.

A Marcha Mundial pelo Clima realizou-se hoje em 25 países, com iniciativas em Portugal, nas cidades de Lisboa, Porto e Aljezur, em protesto contra as políticas norte-americanas sobre combustíveis fósseis e contra a prospecção de petróleo na costa portuguesa.

Dezenas de associações da sociedade civil e partidos políticos como o PAN, o BE e "Os Verdes" juntaram-se na organização da iniciativa em Portugal, associando-se a todos aqueles que, nos 25 países participantes, exigem novas medidas para mudar o atual paradigma de exploração de combustíveis fósseis.

Estes são apontados como os responsáveis por grande parte das emissões de gases com efeito de estufa que resultam nas alterações climáticas e no aumento da frequência de fenómenos extremos, de precipitação ou de seca, de ondas de calor ou de frio.

A base da marcha internacional é a capital dos Estados Unidos da América (EUA), Washington, tendo como pano de fundo a condenação das políticas do Presidente norte-americano, Donald Trump, que dizem desvalorizar a defesa do clima.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela