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António Costa quer acabar com "arranjinhos" na política

08 de abril de 2015 às 10:30

Em Almada, o secretário-geral do PS deixou críticas às políticas do Governo, no que respeita ao desemprego, educação, saúde e segurança social

O secretário-geral do PS afirmou esta terça-feira, dia 7 de Abril, em Almada, que é preciso dizer basta à política do Governo PSD/CDS e deixar claro que, com os socialistas, não haverá arranjinhos com outros protagonistas para prosseguir as mesmas políticas.

"É preciso dizer basta a esta política e, para isso, é preciso mudar de Governo; essa é a nossa responsabilidade", afirmou António Costa, num encontro com cerca de duas centenas de simpatizantes e militantes socialistas na Academia Almadense, em Almada.

António Costa aproveitou um relatório do parlamento europeu sobre o impacto da crise nos direitos fundamentais nos países-membros da União Europeia, designadamente em Portugal, para salientar aquilo que considerou ser o fracasso das políticas do actual Governo, no que respeita ao desemprego, educação, saúde e segurança social.

"O que temos de deixar claro aos portugueses é que não haverá arranjinhos para, com outros protagonistas, prosseguir as mesmas políticas", declarou o líder do PS, sublinhando: "O país olha para nós e percebe que somos nós que podemos construir uma alternativa".

No encontro, em que teceu duras críticas à governação PSD/CDS, António Costa afirmou também que, "ao contrário do que o Governo diz, apesar dos cortes nos salários, cortes nas pensões, cortes das despesas sociais, apesar do aumento da carga fiscal, a verdade é que as finanças públicas não estão melhores do que há quatro anos".

"Há quatro anos, a dívida era muito grande, estava nos 97% do nosso PIB [Produto Interno Bruto]; hoje está bastante maior, está em 130% do PIB. Aquilo que nós temos concluir, ao fim destes quatro anos, é que este Governo fracassou e a sua política falhou. Nem temos melhor economia, nem termos melhores finanças públicas", declarou.

Para António Costa, a posição do Fundo Monetário Internacional (FMI) que defendeu terça-feira a necessidade de mais investimento público na União Europeia, também veio evidenciar o fracasso da política da governação PSD/CDS, que, segundo o líder socialista, apontava para a necessidade de se cortar no investimento público que só endividava o País.

"Hoje, veio o FMI dizer que bem pode o Banco Central Europeu aumentar a liquidez da banca, bem pode haver vontade de mais investimento privado, mas se não houver mais investimento público, que alavanque o investimento privado, nós não voltaremos a ter investimento e não voltaremos a crescer de uma forma sustentada", disse.

No encontro em Almada, António Costa manifestou também grande preocupação com o desemprego em Portugal, salientando que, contabilizando os desempregados que não estão inscritos no Instituto de Emprego e Formação Profissional e as 350.000 pessoas que emigraram, "a taxa de desemprego efectivo do país não está nos 13%, mas já passa os 20%".

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