Secções
Entrar

Aeroporto: Argelinos já estão a ser ouvidos

02 de agosto de 2016 às 17:37

Os quatro cidadãos terão de ser ouvidos em duas situações distintas: num processo de interrogatório enquanto cidadãos estrangeiros e em processo sumário relativamente ao crime ou crimes que lhes são imputados

Os quatro homens de nacionalidade argelina que invadiram no sábado a pista do aeroporto de Lisboa começaram a ser ouvidos na tarde desta terça-feira no Tribunal de Pequena Instância Criminal de Lisboa, revelou à Lusa fonte judicial.

 

Os quatro cidadãos terão de ser ouvidos em duas situações distintas: num processo de interrogatório enquanto cidadãos estrangeiros e em processo sumário relativamente ao crime ou crimes que lhes são imputados, referiu a mesma fonte, sem precisar os crimes em causa.

 

Na segunda-feira, o Ministério Público remeteu para aquele tribunal os autos para julgamento dos quatro argelinos em processo sumário, mas o julgamento não se realizou por o tribunal ter entendido que os arguidos já deveriam ter defensores oficiosos nomeados no momento da acusação, disse na segunda-feira à Lusa fonte da Procuradoria-Geral da República (PGR).

 

O processo foi então devolvido ao Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, onde foram nomeados defensores para os arguidos, mas as diligências acabaram por não se realizar por ter sido ultrapassado o horário de funcionamento do tribunal, indicou a fonte da PGR.

 

Acrescentou que os arguidos seriam sujeitos esta terça-feira a interrogatório judicial no âmbito da Lei de Entrada, Permanência, Saída e Afastamento de Estrangeiros do Território Nacional e que a apresentação em julgamento sumário ocorrerá em momento posterior.

 

No domingo, a PSP confirmou ter detido, na véspera, no aeroporto de Lisboa, quatro homens por violação das regras de segurança. Os homens foram detidos quando tentaram fugir ao controlo de passaportes e entraram "numa zona restrita".

 

O incidente ocorreu às 19h50, na zona de desembarque, quando os quatro homens fugiram por uma porta de serviço para uma zona restrita da pista, segundo declarações à Lusa do porta-voz da PSP, comissário Hugo Abreu.

 

Um dos detidos teve de receber assistência médica devido aos ferimentos ligeiros que apresentava, referiu a mesma fonte, acrescentando que as autoridades iam investigar as motivações destes cidadãos.

 

Na sequência do incidente, as atividades aeroportuárias no Aeroporto Humberto Delgado estiveram suspensas durante 34 minutos, o que obrigou ao desvio de alguns voos para Faro e Porto, disse, no domingo, à Lusa porta-voz da ANA-Aeroportos de Portugal, Rui Oliveira.

 

Também no domingo, em declarações aos jornalistas, a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, disse que os detidos têm nacionalidade argelina, considerando o incidente no aeroporto de Lisboa uma "tentativa desesperada de imigração ilegal" e não um ato terrorista.

 

"Confirmo que não foi uma tentativa de terrorismo. Estes homens iam num voo com destino a Cabo Verde, mas aproveitaram uma paragem em Lisboa para tentar fugir para a plataforma. Tratou-se de uma tentativa desesperada de entrar na União Europeia", referiu, acrescentando que os detidos seriam presentes na segunda-feira às autoridades judiciais.

 

A ministra afirmou-se ainda "descansada" e "tranquila" por todo o protocolo de segurança do aeroporto ter funcionado, uma vez que os homens foram detidos imediatamente, e sublinhou não haver "qualquer indício" que obrigasse a aumentar o nível de alerta terrorista em Portugal".

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela