A atriz de Emilia Pérez referiu que as publicações agora reveladas podem fazer parte de uma campanha de sabotagem para diminuir a sua possibilidade de ganhar prémios, tendo em conta que garante que algumas foram fabricadas.
A primeira mulher trans a ser nomeada para o Óscar de Melhor Atriz, Karla Sofía Gascón, deu uma entrevista devido à polémica gerada pelos seus tweets antigos, em que expressou opiniões preconceituosas que manifestam racismo, antissemitismo e xenofobia. À CNN en Español, a atriz de 52 anos defendeu-se das acusações, referindo que está arrependida pela forma como as suas palavras foram interpretadas, mas que considera suspeita a forma como as antigas publicações foram agora reveladas, considerando que podem fazer parte de uma campanha de sabotagem para diminuir a sua possibilidade de ganhar prémios.
REUTERS/Mario Anzuoni
Quando questionada pelo jornalista Juan Carlos Arciniegas sobre se estava a ponderar renunciar à nomeação para os Óscares, a atriz de Emilia Pérez referiu: "Não posso renunciar a uma nomeação porque o que fiz é um trabalho e o que está a ser valorizado também é o meu trabalho. Também não vou renunciar a uma nomeação porque não cometi nenhum crime nem prejudiquei ninguém, não sou racista, nem sou nada do que as pessoas tenham assumido para tentar fazer os outros acreditarem que sou". Karla Sofía Gascón desativou a sua conta no X na passada sexta-feira, dia 31 de janeiro.
A entrevista começou com um pedido de desculpas pelos tweets: "As minhas mais sinceras desculpas a todas as pessoas que podem ter se sentido ofendidas pelas maneiras como me expressei no passado, no presente e no futuro".
Entre as publicações feitas pela atriz de 52 anos encontra-se, por exemplo, uma relativa ao assassinato de George Floyd em 2020: "Eu realmente acredito que muito poucas pessoas se importam com George Floyd, um viciado em drogas e traficantes, mas a sua morte serviu para destacar mais uma vez que há quem considere os negros como macacos sem direitos e quem considere a polícia assassina. Tudo errado". Na entrevista, explicou que queria apenas apontar para a hipocrisia em torno da elevação de George Floyd como um símbolo de opressão: "Ele era uma pessoa que tinha estado numa situação muito difícil e ninguém o tinha ajudado, mas de repente torna-se um símbolo de uma causa e todos passam a amá-lo".
"Alguém pensar que eu já insultei uma pessoa devido à sua cor da pele, não permito a ninguém, a ninguém", acrescentou, visivelmente irritada enquanto apontava o dedo para a câmara.
A sua posição relativamente ao islamismo, demonstrada num tweet de 2020, também tem sido alvo de críticas. Na altura afirmou: "Desculpem, é só impressão minha ou há cada vez mais muçulmanos em Espanha? Sempre que vou buscar a minha filha à escola, há mais mulheres com os cabelos cobertos e saias até aos calcanhares". Ao recordar as acusações sobre islamofobia explicou, em lágrimas, que tem um relacionamento pessoal com uma mulher muçulmana que lhe "ensinou muito sobre respeitar as pessoas" antes de referir que se opõe ao islamismo radical.
Karla Sofía Gascón referiu também que muitos dos seus tweets foram mal interpretados uma vez que não estava a expressar as suas opiniões, mas sim uma opinião hipotética, através de sarcasmo, exemplo disso é a publicação de 2019 que tem sido considerada uma defesa de Adolf Hitler: "É sempre a mesma história, ‘os negros são escravos e as mulheres devem estar na cozinha’. Mas a minha opinião deve ser respeitada. Não entendo a guerra mundial contra Hitler, ele simplesmente tinha a sua opinião sobre os judeus".
Além disso, garante que alguns dos tweets foram completamente fabricados, entre eles, um em que chama Selena Gomez de "rata rica": "Claro que não é meu, nunca disse nada sobre a minha colega nem me referi a ela dessa forma". Afirmou ainda ter contactado a colega, que disse estar a apoiá-la a 200%.
As votações para os Óscares terminam no dia 18 de fevereiro e é impossível saber se a polémica vai afetar o resultado. Porém, a atriz refere que ganhar não é a sua prioridade: "Não quero saber dos prémios. O que me importa são as pessoas que represento, devido ao que eu represento neste mundo", fazendo referência ao facto de ser transgénero.
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