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Elon Musk processa OpenAI por preferir os lucros à humanidade

Luana Augusto
Luana Augusto 02 de março de 2024 às 17:28
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Criadora do ChatGPT foi idealizada como empresa sem fins lucrativos, mas desde 2019 que recebe apoios da Microsoft.

Elon Musk processou a OpenAI, criadora do ChatGPT, assim como presidente executivo, Sam Altman. O empresário argumenta que foram violados os princípios com os quais concordou, quando ajudou na fundação da empresa, em 2015.

REUTERS/Gonzalo Fuentes//File Photo

O processo apresentado na noite de quinta-feira, 29 de fevereiro, no Tribunal Superior da Califórnia, em São Francisco, afirma que houve um afastamento da missão principal: de desenvolver uma start-up de Inteligência Artificial sem fins lucrativos e de código aberto, e que em vez de "beneficiar a humanidade", como havia sido acordado, concentrou-se em "maximizar os lucros" para o grande investidor da Microsoft.

"Este caso foi aberto para obrigar a OpenAI a aderir ao Acordo de Fundação, e retornar à sua missão de desenvolver a Inteligência Artificial Geral para o benefício da humanidade, não para beneficiar pessoalmente os defensores individuais e a maior empresa de tecnologia do mundo", lê-se no processo.

A OpenAI, que não teria como objetivo arrecadar dinheiro, recebeu em 2019 um apoio inicial da Microsoft num valor de mil milhões de dólares (cerca de mil milhões de euros) e na altura foi anunciada uma nova estrutura de "lucro limitado". O investimento, que está agora a ser avaliado pela União Europeia, Reino Unido e Estados Unidos, aumentou posteriormente para uma parceria plurianual e multibilionária em janeiro de 2023, após o lançamento do ChatGPT.

Criada com o intuito de construir o que atualmente é conhecido como Inteligência Artificial Geral – onde as máquinas desempenham qualquer tarefa que poderia ser realiza pelo ser humano – foi o lançamento do modelo de linguagem GPT-4, produto Microsoft, que "incendiou o acordo da fundação", em 2023.

"A sua tecnologia, incluindo o GPT-4, é de código fechado para servir principalmente os interesses comerciais proprietários da Microsoft", diz ainda o documento, que alega que os detalhes sobre o design do modelo foram mantidos em segredo.

Sam Altman, que já havia sido despedido dastart-upem novembro do ano passado, uma vez que o conselho de administração considerou que "não foi consistentemente honesto nas comunicações", mas que acabou porregressar à Microsoftquatro dias depois, rejeitou as várias alegações feitas. Numa nota disse apenas que "os ataques continuarão a chegar".

Elon Musk, que foi também um dos cofundadores da OpeanAI em 2015, acabou por deixar o conselho de administração em 2018, tendo anunciado a sua saída durante uma reunião. Na altura, justificou que queria concentrar-se nos projetos de Inteligência Artificial da Tesla, empresa de automóveis que dirige.

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