Em 1923, as afegãs podiam escolher com quem casar. Nos anos 40 e 50 do século passado podiam ser enfermeiras e médicas. Agora, não podem estudar além do 6º ano ou falar em público. Como o regime talibã impôs décadas de retrocesso.
A taxa deverá afetar mais quem fugiu do Afeganistão sob domínio talibã. O Paquistão isenta estes refugiados da taxa numa condição: se voltarem ao Afeganistão.
O regime talibã ordenou que os rostos dos manequins femininos em Cabul fossem cobertos. É mais um sinal da repressão das mulheres no Afeganistão.
O Conselho de Segurança da ONU pediu a plena participação das mulheres e meninas na sociedade afegã: "As restrições contradizem os compromissos assumidos pelos talibã com o povo afegão, bem como as expectativas da comunidade internacional".
Os talibãs chegaram ao poder no Afeganistão em agosto de 2021 e desde então os direitos das mulheres têm vindo a deteriorar-se.
Em Cabul, as mulheres foram retiradas do espaço ou impedidas de entrar pela porta. Em setembro, foram fotografados talibã a andar de carrinhos de choque.
O ex-lider da Al-Qaeda, al-Zawahiri foi morto quando estava no seu esconderijo, no Afeganistão.
Desde que os talibã regressaram ao poder que o país enfrenta uma severa crise económica e social.
Organizações internacionais estimam que as restrições das mulheres ao emprego podem levar o país a uma perda económica imediata que pode chegar até aos mil milhões ou até 5% do PIB do Afeganistão.
Associação Human Rights Watch garante que se trata de um protesto inédito, uma vez que os homens afegãos não costumam estar ao lado das mulheres no que toca à luta pelos direitos humanos.
Os ataques terroristas perpetuados pelo Estado Islâmico contra muçulmanos xiitas têm vindo a aumentar exponencialmente nas últimas semanas, enquanto o governo talibã retrocede nos direitos garantidos às mulheres.
No dia 23 de março os Direitos das Mulheres foram, mais uma vez, postos em causa pelo governo talibã, quando as raparigas a partir dos 12 anos foram proibidas de voltar às aulas. A Amnistia Internacional portuguesa relembra que "a educação não é um crime, ser mulher não é um crime".
O jornalista Ricardo Alexandre lançou um livro sobre o Afeganistão, a propósito da retirada das forças internacionasi e o regresso dos talibã ao país. Teme que o conflito na Ucrânia acabe por penalizar ainda mais o povo afegão, pela falta de ajuda internacional.
Será que Putin estará a fazer bluff, para ludibriar a União Europeia e a NATO, num momento crucial dos processos de decisão estratégica de ambas as organizações, ou estará apenas a aguardar a oportunidade para encetar o blitz fatal sobre Kiev, inspirado na reação norte-americana à incursão dos Talibã sobre Cabul?
Depois de os talibã tomarem o poder no Afeganistão várias restrições começaram a ser impostas. Recentemente foram decretadas regras para as mulheres apresentadoras e repórteres e também novas regras para os canais de televisão e o conteúdo que devem transmitir.
Desde a ocupação talibã, as mulheres perdem o rosto na via pública – e a maquilhagem. As montras que antes exibiam o ideal feminino agora são censuradas a tinta.
