
A Operação Marquês em oito momentos cruciais
Arranca esta quinta-feira o julgamento da Operação Marquês depois de mais de uma década desde o início da investigação e oito anos depois da acusação sair.
Arranca esta quinta-feira o julgamento da Operação Marquês depois de mais de uma década desde o início da investigação e oito anos depois da acusação sair.
Os bancos visados pela multa da Autoridade da Concorrência fizeram mais de 50 recursos, alguns com mil páginas, e quando o risco de prescrição já era elevado encharcaram a juíza com centenas de "questões prévias", que a levaram a produzir 107 despachos. Como a litigância feroz da banca, a demora de dois anos a marcar o julgamento e um “detalhe” na nova lei levaram à prescrição da maior multa de sempre em Portugal.
O eurodeputado do PSD é o único jornalista (à altura dos factos) referido na acusação do Ministério Público.
A guerra fratricida dos juízes, os pormenores incríveis dos processos disciplinares, as jogadas de bastidores de magistrados, advogados e jornalistas, as escutas e queixas de corrupção, tudo isto e muito mais ficou registado em documentos e na memória de testemunhas privilegiadas. Entre 2015 e 2022, o Tribunal Central foi o mais influente e polémico do País.
Cumpre-se hoje, 21 de novembro, uma década que o ex-primeiro ministro foi detido. Acusado de corrupção, ainda não foi julgado. Recordamos os 10 momentos mais importantes da Operação Marquês.
Indignado com perguntas de assistentes e dos procuradores, Fernando Ulrich questionou muitas vezes o porquê de o tribunal "querer saber de um empréstimo de 100 milhões" e não de um buraco "de 20 mil milhões".
Da Lisboa de Carlos Moedas aos governos de Costa e Montenegro, das câmaras comunistas da Margem Sul às juntas do PS e do PSD, políticos de todos os quadrantes recusam mostrar como gastam o dinheiro dos cartões e fundos de maneio que têm nos gabinetes. Recorrem a serviços jurídicos pagos pelo Estado e chegam a invocar "reserva da vida privada". Esta é a história de uma odisseia que dura há dois anos e já originou 42 queixas, 21 processos judiciais e 6 sentenças.
As medidas anticorrupção anunciadas pelo Governo são o terceiro pacote nesta área em cinco anos. Não há avaliação do que foi feito.
São a maior minoria religiosa em Portugal e os números mostram que estão a crescer. Em várias frentes: dentro da Aliança Evangélica Portuguesa, que recusa ligações políticas, mas também entre as igrejas que chegaram do Brasil, uma delas fundada por um pastor que organizou uma manifestação a favor de Bolsonaro.
O jovem de 28 anos pode não ter uma carreira muito longa mas soma episódios polémicos, desde as discussões em direito ao envolvimento na operação Tutti Frutti e até um caso de suspeita de violência doméstica.
Durante meses a Operação Zarco teve o nome do navegador que o Infante D. Henrique escolheu para mandar na ilha, mas a direção da PJ decidiu escondê-lo para não ferir suscetibilidades. Nos quatro processos há suspeitas sobre centenas de milhões de euros de dinheiro público. Detidos devem começar hoje a ser ouvidos.
Inspetores entraram esta manhã em Santo António (que abrange a zona do Marquês de Pombal e Avenida da Liberdade) e não deixaram sair ninguém das instalações. Buscas estarão relacionadas com o processo Tutti Frutti. Buscas também em São Domingos de Benfica
Antigo ministro da Economia encontra-se em prisão domiciliária desde dezembro de 2021 e é acusado de corrupção passiva, branqueamento e fraude fiscal.
Há quem não goste da independência das magistraturas e das polícias e lhe chame justicialismo. Há quem não veja que o País está farto de quem pulula em novelas com robalos e envelopes, entregas de dinheiro no WC e infantilidades na varanda.
Uma denúncia anónima em 2015 levou meses a ser analisada no Ministério Público, mas acabou por dar origem a um processo que ficou logo parado largos meses por falta de meios da PJ.
Caixa Geral de Depósitos emitiu uma nota na qual garante não ter havido qualquer favorecimento ao deputado do PS Carlos Pereira na cobrança da dívida relativa ao empréstimo do qual era avalista porque o montante cobrado foi o que a CGD "considerou legalmente devido".