O preço do passado
Parece História antiga, mas ainda estamos a pagar a corrupção sistémica que nos atirou para a crise.
Parece História antiga, mas ainda estamos a pagar a corrupção sistémica que nos atirou para a crise.
O acompanhamento de Ricardo Salgado, de 81 anos e doente de Alzheimer, foi requerido pelo MP, tendo o antigo presidente do BES sido representado no processo por um advogado oficioso.
Parece que desta vez é que é: o antigo primeiro-ministro começa a ser julgado por suspeitas de corrupção, num julgamento que vai ressuscitar os acordos com a Venezuela, a antiga Portugal Telecom e a ascensão do Grupo Lena.
Responsável pela auditoria pedida pelo Banco de Portugal esteve esta sexta-feira em tribunal.
Álvaro Sobrinho, que reside em Angola, tinha contestado por apenas 90 dias do visto concedido para comparecer em Portugal para o julgamento, mas o argumento foi hoje rejeitado pelo Tribunal Central Criminal de Lisboa.
Em causa está o alegado desvio, entre 2007 e 2012, de fundos de um financiamento do BES ao BES Angola em linhas de crédito de Mercado Monetário Interbancário (MMI) e em descoberto bancário.
Antigo banqueiro tinha licença de porta de arma, mas estava caducada desde 2019.
"Ainda que seja certo que o arguido padece [atualmente] de uma situação pessoal de doença mental, geradora da necessidade de cuidados a esse nível, igualmente temos como certo que o mesmo não está no patamar de incapacidade que alega", observam os juízes.
Ex-primeiro-ministro não esteve presente na sessão que estipulou a data para o arranque do julgamento.
Com as contas congeladas, foram impedidos de entrar nas empresas e presos em beliches de Caxias. Alguns, fugiram – um deles pelo telhado de casa.
O antigo primeiro-ministro foi ouvido, esta terça-feira, como testemunha no caso BES. À saída do tribunal considerou que não se sente responsável pela queda do banco que considerou como uma "falência desordenada".
Segundo a Bloomberg, será esta a instituição escolhida para assessorar negociações com potenciais compradores para o Novo Banco.
A greve dos oficiais de justiça adiou a sessão do julgamento do Banco Espírito Santo em que Pedro Passos Coelho seria ouvido.
Pedro Passos Coelho era chefe de Governo à data da resolução do BES e a sua inquirição tinha chegado a ser agendada para 30 de outubro de 2024.
Pedro Passos Coelho era chefe de Governo à data do colapso do BES/GES, no verão de 2014, e a sua inquirição tinha chegado a ser agendada para 30 de outubro passado.
O tribunal "decidiu, por unanimidade, que não houve violação" dos artigos que dizem respeito ao direito a um processo equitativo e à presunção de inocência, prevista da Convenção Europeia dos Direitos Humanos.