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Poderosas, desumanas e amorais, as grandes consultoras são hoje autênticas centrais de crime económico e destruição social.
Poderosas, desumanas e amorais, as grandes consultoras são hoje autênticas centrais de crime económico e destruição social.
Já arrancou o julgamento em que Rui Pinto responde por 241 crimes relacionados com o acesso a emails do Benfica e de outras entidades.
Em resposta à contestação apresentada pelo pirata informático no processo em que é acusado, entre outros crimes, pela intrusão e roubo dos emails do clube, os advogados do Benfica dizem que o hacker “agiu motivado por interesses puramente pessoais”.
"Estou, e sempre estive, disponível para prestar esclarecimentos no interesse da verdade", afirmou filha de José Eduardo dos Santos, acusada de 12 crimes associados à sua gestão na petrolífera Sonangol.
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Na contestação entregue ao tribunal que o vai julgar pelo acesso aos emails do Benfica, de empresas de Isabel dos Santos, advogados e de outras entidades, o pirata informático pede a nulidade de provas, a prescrição de prazos e contesta a qualificação jurídica da maioria dos 242 crimes informáticos pelos quais vai responder. O julgamento começa a 13 de janeiro.
A saga da EFACEC acabou como acabam sempre as empresas “estratégicas”: fomos roubados por milionários.
Sarju Raikundalia foi diretor financeiro da Sonangol quando Isabel dos Santos liderava a empresa angolana. Em 2022, foi ouvido em segredo no Porto por investigadores holandeses que acabaram por acusar a filha do antigo Presidente de Angola, e o próprio Raikundalia, de práticas de má gestão numa empresa controlada nos Países Baixos.
Ex-vice-presidente pedia €750 mil devido a um livro escrito por um jornalista britânico (também absolvido) que fazia referência aos gastos feitos no casamento da filha.
Bornito de Sousa, ex-vice-presidente de João Lourenço, já vai no terceiro processo em que alega que ele e a filha foram difamados. Perdeu agora pela segunda vez contra Paulo de Morais. Outro processo - contra jornalista britânico e editora portuguesa - ainda decorre em Sintra.
A história que levou o erário público a empenhar 360 milhões de euros na EFACEC não começa na nacionalização decidida em 2020. Envolve a família Mello, a banca, uma “princesa” angolana – e a típica gestão no Estado.
Rui Pinto forçou uma Justiça complacente a despertar para dois dos grandes núcleos de corrupção em Portugal: Angola e o futebol. Vai pagar por isso o resto da vida.
Os juízes condenaram o hacker a quatro anos de pena suspensa pela prática de nove crimes (e a amnistia papal deixou cair outros 79 outros) e deixaram um aviso ao hacker: "A verdade não é um valor absoluto e não pode ser investigada a qualquer preço".
Rui Pinto foi condenado por extorsão na forma tentada, acesso ilegítimo e acesso indevido. Os juízes concluíram que trabalhou sempre sozinho nos Football Leaks e que nunca houve outros elementos a trabalhar na divulgação dos documentos.
Roubo dos emails do Benfica, intrusão na caixa de correio eletrónico de juízes e procuradores e ataque ao Estado são alguns dos crimes imputados ao pirata informático num novo inquérito – e haverá mais a caminho.
O Ministério Público responsabiliza o hacker pela devassa do sistema informático do Benfica e posterior entrega de caixas de correio eletrónico ao diretor de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques. Entre as vítimas deste novo processo – que imputa ao hacker de um total de 377 crimes informáticos – estão procuradores, juízes, advogados, empresas de Isabel dos Santos, a Liga de Clubes e jornalistas. Na próxima semana Rui Pinto conhece a sentença no caso Football Leaks