A credibilidade dos resultados foi colocada em causa após ameaças de influência russa, cujo vencedor tinha sido um candidato improvável de extrema-direita. Processo volta agora ao início.
O Tribunal Constitucional da Roménia anulou os resultados da primeira volta das eleições presidenciais. A decisão foi comunicada esta sexta-feira foi tomada depois de o atual presidente romeno, Klaus Iohannis, ter divulgado informação que alegava a presença de "ataques russos híbridos agressivos" durante o período eleitoral.
Agora, o processo eleitoral, cuja segunda volta estava marcada para o próximo domingo, terá agora de voltar ao início. Ao que tudo indica os resultados foram mesmo influenciados por uma campanha da Rússia de promoção do candidato de extrema-direita que acabou por sair vencedor.
O tribunal decidiu "anular todo o processo eleitoral para a eleição do presidente da Roménia (...) para garantir a correção e a legalidade do processo eleitoral", indica a decisão desta sexta-feira.
O alegado esforço russo para influenciar o resultado incluiu milhares de contas bots nas redes sociais que promoviam o candidato independente, Calin Georgescu, em plataformas como o TikTok e o Telegram. Georgescu conta com cerca de 530 mil seguidores e seis milhões de gostos no TikTok e foi através desta plataforma que ganhou a sua popularidade.
O candidato de extrema-direita emergiu como o favorito na primeira volta das eleições, a 24 de novembro, apesar de não ter aparecido nos media tradicionais durante a campanha e não ter participado nos grandes debates. É um cético ávido da União Europeia e da NATO, tendo afirmado que pretendia acabar com a ajuda romena à Ucrânia, demonstrando, em várias ocasiões, ser um simpatizante de Putin.
A segunda volta das eleições estava agendada para dia 8 de dezembro, onde Georgescu iria enfrentar Elena Lasconi, do partido centrista União para Salvar a Roménia (USR). A votação no estrangeiro já estava a decorrer, mas agora o processo vai ter de voltar ao início e ter novas datas.
Ficaram por ali hora e meia a duas horas, comendo e bebendo, até os algemarem, encapuzarem e levarem de novo para as celas e a rotina dos interrogatórios e torturas.
Já muito se refletiu sobre a falta de incentivos para “os bons” irem para a política: as horas são longas, a responsabilidade é imensa, o escrutínio é severo e a remuneração está longe de compensar as dores de cabeça. O cenário é bem mais apelativo para os populistas e para os oportunistas, como está à vista de toda a gente.
Com a velocidade a que os acontecimentos se sucedem, a UE não pode continuar a adiar escolhas difíceis sobre o seu futuro. A hora dos pró-europeus é agora: ainda estão em maioria e 74% da população europeia acredita que a adesão dos seus países à UE os beneficiou.
O caso Spinumviva morreu. A Spinumviva ela própria continua viva e de saúde.
